Escrito por: José Miguel Nunes Num ano em que quase tudo foi mau, salvou-se o surf Penicheiro, foi um ano positivo. Poderá parecer um pouco estranha esta afirmação, mas vejamos, o clube local, PPSC – Peniche Surf Clube, encontrou finalmente alguma estabilidade, e com isso promoveu uma série de actividades de continuidade que conseguiram mobilizar (alguma da) a comunidade surfista local em torno do mesmo, e isto por si só é um dado bastante relevante. Vamos lá então a alguns factos que justificam esta nossa opinião: Peniche, através do seu clube, voltou a ter novamente um circuito de surf & bodyboard, e respectivos campeões apurados; Peniche, através do seu clube, voltou a ser novamente reconhecido e ouvido nas decisões que ao surf dizem respeito, e isso é algo que tem uma importância enorme no desenvolvimento da modalidade a nível nacional, mas principalmente a nível local; Peniche, as suas provas, e os seus atletas, através do seu clube, voltaram a marcar presença nos principais meios de comunicação social da especialidade a nível nacional e até internacional, bem como a ter um acompanhamento muito próximo nos meios de comunicação social da região. Foi realmente com um misto de alguma emoção, satisfação e posso até dizer, orgulho, que vimos ao longo das etapas do circuito do PPSC, atletas da “velha guarda”, como Hélio “Laranja” Conde, Silvano Lourenço, Filipe Cardoso, Armindo Boto e Hugo Nunes no Bodyboard, Nuno Silva, Diogo Gonçalves, Acácio “lélé” Grandela, Paulo Ramos, António Leopoldo e Hugo Amado no Surf, entre outros, juntarem-se aos miúdos da nova geração num convívio agradável de transmissão de mística, saber e experiência, num circuito que primou pelas boas ondas (dentro e fora de água), tendo culminado com um fantástico último dia de competição na Praia dos Supertubos, quase em jeito de recado por parte de Neptuno, a dizer-nos muito claramente, se nos mantivermos unidos, receberá os melhores do mundo com ondas de grande qualidade, mas receber-nos-á a nós também, os melhores de Peniche, com a mesma qualidade, pois ambos somos merecedores de tal. A participação na Taça de Portugal, e o segundo lugar conquistado, foi um enorme feito por parte de um clube, que na altura não tinha ainda as suas dinâmicas de motivação e envolvência devidamente “oleadas”, sofrendo ainda os efeitos da longa paragem. Serviu para mostrar mais uma vez que se unidos, é possível, e este resultado só foi possível, apenas pela extraordinária entrega e união de TODOS os atletas. Foram onze atletas nas finais, que resultaram em três terceiros lugares, três segundos e dois campeões, Bruno Grandela em Longboard e Silvano Lourenço em bodyboard, que foram, sem qualquer tipo de desprimor para com os restantes, bem pelo contrário, o expoente máximo desta excelente participação. A nível de circuitos nacionais, mais quatro títulos de atletas penicheiros, Bruno Grandela a dominar por completo as pranchas grandes, sagrou-se campeão nacional em três categorias: SUP Wave e SUP Race (ficará para a história como primeiro campeão destes circuitos) e Longboard, revalidando assim o título de 2004, Guilherme Fonseca em Surf Sub-16, sagrou-se pela segunda vez consecutiva campeão nesta categoria. Ver explodir de alegria um grupo de miúdos (e graúdos) de t-shirt do PPSC vestida, correrem para a água, e levarem em ombros, um Silvano Lourenço de lágrimas nos olhos, acabadinho de se tornar campeão de bodyboard na Taça de Portugal pelo seu clube de sempre, numa praia da sua terra, ele que tantas alegrias já deu ao bodyboard penicheiro e nacional, é a imagem que nos ficará para sempre gravada na memória, deste ano, em que quase tudo foi mau, salvou-se o surf Penicheiro.
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Dezembro 2016
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