Escrito por: José Miguel Nunes Estamos no mês em que o Peniche Surf News cumpre o seu terceiro ano de vida, no próximo dia 26, e assim, são já quase quatrocentas mil visitas, mais precisamente trezentas e oitenta e oito mil oitocentas e cinquenta e cinco. No livro “Stoked – Uma História da Cultura do Surf” de Drew Kampion e Bruce Brown, no capítulo intitulado “A Cultura do Boom”, está escrito: “A Cultura do surf era um negócio importante e os capitalistas avançaram.” Estamos a falar das décadas de sessenta e setenta, e ainda não se previa esta nova entrada a que assistimos nos dias de hoje, a dos políticos, que viram na “subcultura mais emocionante e carismática do planeta”, frase retirada do mesmo livro, uma fonte enorme de mediatismo, tão importante para as suas actividades. O surf está na moda, e a promiscuidade existente entre a política e o capital, que todos nós estamos a pagar (todos menos eles, claro) desvirtua qualquer actividade no seu elemento mais puro, e o surf não é excepção, e está a levar esse caminho. Se para os capitalistas a única e exclusiva preocupação é fazer dinheiro, muito dinheiro, nem que para isso tenham de “secar a fonte”, com a massificação da actividade, sem qualquer preocupação sustentável, já os políticos, para além de autorizarem, incentivarem e inaugurarem determinados empreendimentos completamente megalómanos, alguns em zonas de fragilidade ambiental reconhecida, ainda usam o surf como moeda de troca para arranjinhos e favores entre eles, do género, levas para lá este campeonato, mas depois apoias-me quando eu precisar na reunião tal e tal. Para terminar, e com a devida vénia, do editorial de João Valente na última Surf Portugal: “Lembrem-se: foi o sistema que nos procurou a nós e não nós que fomos atrás do sistema. Ele é poderoso o suficiente para transformar qualquer rebelião em lucros, não precisamos de o ajudar.”
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Dezembro 2016
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