Escrito por: José Miguel Nunes Mês de Agosto, mês de férias, mês de praias cheias, mês sem ondas, mês de muito pouco surf. É esta travessia que qualquer surfista tem de fazer ano após ano. O que nos alegra a alma neste mês de Agosto é que o Setembro vem já a seguir… é o que nos vale, e com ele, começam a entrar as ondulações que todos esperamos. Este ano, Setembro não trás só novas ondulações, trás também eleições autárquicas. As listas apresentam-se, os candidatos discursam, os programas divulgam-se, e o surf lá está na agenda de todos eles, da esquerda à direita. Não sou, nunca fui, nem serei, apoiante de qualquer candidato ou lista a qualquer eleição. Gosto de discutir política, de modo imparcial e sem estar “agarrado” a este ou àquele conceito político-partidário. Critico quando acho que devo criticar, enalteço quando acho que devo enaltecer. Tenho quarenta e três anos, vivo em Peniche há trinta e três, faço surf há vinte e oito, escrevo regularmente sobre surf em Peniche há oito. Participei na criação de todos os clubes de surf que por cá apareceram, ajudei a organizar o primeiro campeonato apoiado pela então “pré-Federação Portuguesa de Surf”, encabeçada pelo saudoso Pedro Mello, trabalhei pelo menos nas primeiras dez edições do Rip Curl, surfei com todos os primeiros surfistas de Peniche, fui à inauguração da primeira “surf shop” que abriu em Peniche, acompanhei de perto a chegada da empresa Rip Curl a Peniche, ajudei a organizar campeonatos e circuitos regionais em Peniche, tive pranchas do primeiro “shaper” que se estabeleceu em Peniche, tive fatos da primeira marca de fatos que se estabeleceu em Peniche, fui pedir apoios à Câmara Municipal de Peniche para campeonatos, fui olhado com desconfiança nos lugares mais “in” da altura por simplesmente ser surfista, fui e sou um dos maiores defensores do CAR Surf em Peniche, assisti à chegada do “World Tour” a Peniche, …, por tudo isto acho que sei um bocadinho pelo que o surf em Peniche tem passado. Há pucos dias um amigo perguntou-me o seguinte: “Qual era a atitude da Câmara relativamente ao Surf antes do To-Zé? E eu respondi: “Basicamente não havia atitude.” Sempre primei a minha vida pela verdade e pela frontalidade com que assumo as minhas opiniões. Tenho sido possivelmente um dos maiores críticos do executivo atual relativamente a algumas, repito, algumas, opções tomadas no que ao surf em Peniche diz respeito. Neste sentido, estou completamente à vontade para também dizer que relativamente à Câmara e ao surf em Peniche, a verdade é só uma, antes do executivo atual ter chegado aos comandos do Município, o surf e os surfistas em Peniche foram sempre tratados de forma indiferente, desvalorizada e até mesmo em alguns momentos pouco digna. Há uns anos a esta parte, ficou celebre no meio surfístico da altura, uma frase proferida por um alto responsável camarário, a propósito da possibilidade de se realizar em Peniche, uma etapa do então WCT, o circuito antecessor do atual WT: “Não damos dinheiro a pés-de-chinelo”. Seguiu para outras paragens, a etapa, entenda-se. Foi o atual executivo que reconheceu a mais-valia que o surf pode ser para Peniche, pois antes dele isso nunca aconteceu. Se mais mérito não teve, pelo menos este ninguém lho pode tirar. Conheço e sou amigo de pessoas integrantes em todas as listas concorrentes, mas relativamente ao surf, e eu só escrevo sobre surf, esta é a verdade. Esperemos que quem venha a seguir, continue a encarar o surf como uma mais-valia para o desenvolvimento económico de Peniche, é esse o meu desejo, retirando ensinamentos dos erros cometidos no sentido de melhorar o que foi feito. Seja quem for o Senhor que se segue, a promessa está feita, neste PENICHE SURF NEWS, continuarei a dar a minha opinião, criticando quando acho que devo criticar, enaltecendo quando acho que devo enaltecer. Boas ondas
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Dezembro 2016
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