Escrito por: José Miguel Nunes A desinformação de quem escreve sobre determinado assunto, aumenta a probabilidade de retirar conclusões precipitadas e muitas das vezes erróneas. Dou um exemplo muito concreto, no “blog” PENICHE MINHA TERRA, em 14 de Agosto de 2013, saiu um “post” intitulado MUNICÍPIO ASSINA PROTOCOLOS, e que passo a transcrever: Segundo a 102 FM Rádio! “Um dos protocolos foi assinado com o Península de Peniche Surf Clube. Esta parceria visa a colaboração entre as duas entidades nos domínios da formação, investigação, desenvolvimento e promoção do surfing. Este ato marca ainda a instalação do clube no Centro de Alto de Rendimento de Surf de Peniche. Paulo Ferreira, presidente do PPSC, reforçou o papel social do clube.” A notícia que reproduzo merece-me, à partida, um comentário pouco concordante com a atitude assumida pelos responsáveis da edilidade. Não conheço os elementos que compõem o clube que teve o privilégio de ficar com a concessão da posse do Centro de Surf e, em boa verdade, esta minha lacuna em nada prejudica o que me veio à memória quando conheci a notícia reproduzida. O Centro foi construído com dinheiros públicos e existem outros clubes dedicados ao surf no nosso concelho, porquê a instalação deste nas instalações públicas? Estou convencido que não vai dar certo mas o futuro o dirá. Às vezes o sentimento de posse do que é público não permite que se pense bem as atitudes a tomar e surgem situações pouco claras. Passo a explicar: 1º - “…o clube que teve o privilégio de ficar com a concessão da posse do Centro de Surf…” – ISTO NÃO É VERDADE, nem está escrito em nenhum lado, o clube (PPSC – Peniche Surf Clube) apenas instalou a sua sede num dos gabinetes, algo definido desde o início na proposta de construção do próprio CAR; 2º - “…existem outros clubes dedicados ao surf no nosso concelho…” – ISTO NÃO É VERDADE, não existe no nosso concelho mais nenhum clube dedicado ao surf. O PPSC – Peniche Surf Clube é o único, devidamente oficializado (DR III Série, nº 2 de 19 de Fevereiro de 2001), e associado da Federação Portuguesa de Surf (FPS), único organismo a regulamentar esta actividade em Portugal. Este pequeno apontamento pretende apenas esclarecer os factos e não qualquer tipo de interpretação dos mesmos.
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Escrito por: Lisa Marques O Moche Pro Portugal está de volta, e com ele a euforia por parte de uns, e o descontentamento por parte de outros. Se é questionável os contributos económicos que um evento desta dimensão tem para a população local, os malefícios para os ecossistemas, resultantes de um evento desta magnitude são inegáveis. Apesar da tentativa de minimização dos impactos negativos do evento, e da melhoria da estrutura ano após ano, assistimos a uma degradação do local, consequência da mobilização em massa para os locais da prova. Apesar da faixa de 10m com a mensagem “dont walk on the dunes”, e do acesso vedado às dunas, de forma a impedir o pisoteio por parte dos espectadores, o “staff” parece ter sempre livre acesso. Não houve ponderação em atalhar caminhos com “pick up’s” por entre as dunas, para facilitar a chegada de materiais e de VIPS!!! No pós evento do ano passado falou-se de incumprimento, irresponsabilidade, inconsciência e leviandade na montagem e desmontagem de estruturas, e apesar da estrutura elevada, questiono, não só a forma como esta estrutura chegou e como partiu do local, mas também a sua dimensão (é realmente necessário tanta coisa na praia? Bem sei que o tuga sofre do complexo de inferioridade, e quer sempre sonhar em GRANDE... mas...continuo a achar que a moderação, neste caso é sinónimo de inteligência e racionalidade....!). Enquanto surfista frequentadora de um dos melhores, ou o melhor, “beachbreak” da Europa, e entre os melhores do mundo, reconheço a importância da preservação do sistema dunar como caminho para a preservação da qualidade da onda. A qualidade da onda dos Supertubos depende inteiramente da qualidade da duna que a sustenta e alimenta, e qualquer dragagem pode comprometer a médio/longo prazo a sustentabilidade da onda, uma vez que mexe com os fundos, que sendo de areia, são móveis. O sistema dunar é extremamente frágil, e quando a vegetação é constantemente pisada a ponto de desaparecer, a areia solta não oferece resistência e o vento acaba por espalha-la, iniciando o chamado “blow-out”, que avança rapidamente e que em casos extremos pode por em risco todo o sistema dunar. Se o simples pisoteio pode ter estas consequências, o que dizer de uma instalação artificial? A destruição total da vegetação em grandes áreas transforma uma duna fixa numa duna móvel, pondo-a à mercê da vontade do vento...O desfecho deste encontro de factores leva, em muitos dos casos à destruição do sistema dunar.... No ano passado, e à semelhança dos anos anteriores, para além de todo o lixo deixado na praia, o pisoteio nas dunas foi devastador (e posteriormente reposto). Quanto ao lixo deixado para trás, podiam encontrar-se desde madeiras a pedaços de ferros, tubos de plástico, caixas de cartão e diversos materiais de construção, que estiveram na origem da polémica sobre a sustentabilidade ambiental do evento. Pois bem, se bem me lembro, e recorrendo às minhas cábulas, as fotografias que lançaram a polémica foram tiradas antes do término oficial da remoção de estruturas e limpeza por parte da organização. No entanto, esses resíduos foram deixados durante o fim de semana à mercê dos ventos e marés, para que apenas na segunda feira, dia 29, se desse término às acções de limpeza, portanto considero que as questões levantadas foram, de facto, muito pertinentes. No último dia de limpeza, a “esperteza saloia” achou por bem passar o tractor que remexeu por completo a areia, e em vez de recolher os resíduos pequenos, os enterrou... As semanas seguintes, meses seguintes, foram reveladores. Cada vez que vou aos Super, mas sem excepção e sem exageros, recolho braçadeiras da areia... Percebi também que durante o evento não foi dado qualquer destaque às organizações ambientais, que apesar de estarem presentes, mal se fizeram notar... e que contava com a presença da SOS – Salvem o Surf e Surfrider Foundation. A Rip Curl Planet (Organização para fins Ambientais criada pela Rip Curl, lá organizou uma limpeza nas arribas de Peniche. Fica sempre bem a Rip Curl levar os seus atletas a dar uma "mãozinha".... ou melhor, a sorrir para a foto ao lado dos voluntários, e eu sei porque estive lá (2h a recolher lixo que os pescadores deitam borda fora, e que vai inevitavelmente parar a estes locais quase inacessíveis!) ......!!!! Depois todo o marketing da organização nos dá a ilusão de responsabilidade ambiental.... ILUSÃO SIM....porque quem esteve lá foram os de sempre.... os assíduos no voluntariado ambiental, realmente sensibilizados para a problemática dos resíduos aquáticos... O problema numa etapa do WT são os danos que causa nos locais de prova... o resto é só para passar o paninho....! enquanto na praia, os milhares de espectadores continuam a deixar o copinho da cerveja e do café na areia.....! Não foram feitos apelos pelo “speaker” para os espectadores depositarem os resíduos nos caixotes do lixo, que eram quase uma miragem...! obviamente que o resultado foi milhares de copos de plásticos deixados na areia no final de cada dia de evento... Gostava muito que houvesse uma política mais responsável, que não se deixasse abafar pelo “calor do momento”, porque a prozada vem e vai, e quem fica com o prejuízo somos nós... Se algum dia os Super morrerem, ou outros valores se levantarem, eles mudam-se para outro pico qualquer... e nós ficamos com a memória, as lembranças de altos tubos nos Super... obviamente que estou a dramatizar a situação, mas o que quero ressalvar é que nós temos que proteger o que é nosso, aquilo que amamos, porque os de fora usam, abusam, estragam e depois trocam... e no meio deste festim ainda compram uma t-shirt oficial do Rip Curl na tenda da Rip Curl, almoçam na roulotte dos “hotdog lovers”, tomam café na tenda da Boundi e comem 2 bolas de gelado na roulotte do Santini, e vão-se sem sequer chegarem à rotunda da santinha e cheirarem a sardinha na brasa dos restaurantes da Avenida do Mar, e os 7 milhões passam-nos quase ao lado.... Capiche!!! O que me chateia não é a chegada da prozada, nem a realização de uma etapa do “World Tour” em Peniche, o que me chateia é a leviandade com que fazem as coisas em termos ambientais. Quase como se pensar nestas questões seja um frete (e é), porque depois vêm os tolinhos dos ambientalistas....! Obviamente que é impossível que não hajam impactos negativos num evento desta magnitude, mas às vezes gostava que os nossos dirigentes protegessem o património natural com mais afinco e vontade, de forma a perpetuar as riquezas de um território, que mesmo após o término de um “mandato” vai continuar a existir, e que, no nosso caso, é quase a única fonte de riqueza de uma pequena cidadela de pescadores. Gostava que conseguissem dizer “NÃO”, não como sinal de fraqueza, mas de racionalidade. Gostava que a necessidade de visibilidade fosse mais humilde, não como sinal de pequenez, mas como sinal de inteligência. Gostava que a sustentabilidade dos recursos naturais fosse mais importante que os interesses económicos. E já que estou numa de pedir, E GRANDE (sonha, sonha), gostava que a industria do surf olhasse para as raízes, e que percebesse que o surf há muito que se afastou da origem, e que o respeito pelo meio ambiente, na sua génese, está agora a um canto.... mas o que sustenta o surf? É a qualidade do meio natural! Penso que nenhum de nós consegue imaginar-se a surfar com mascaras de oxigénio ou com mascaras e fatos de protecção contra o contagio pela água... mas esta realidade não está assim tão longe.... Ahhhhh, pois é... mas agora o que está na moda são as piscinas de ondas....!! damn… Escrito por: José Miguel Nunes É realmente indecente o modo como o surf penicheiro e os surfistas de Peniche são tratados pelos meios de comunicação da especialidade. Dá a ideia que existe uma espécie de “complot” montado para tratar de modo diferente os surfistas de Peniche relativamente aos restantes, e isto acontece com alguma frequência. Tive oportunidade de denunciar neste espaço esta situação relativamente ao atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, GUILHERME FONSECA aquando do tratamento diferenciado que recebeu no site SurfTotal, agora aconteceu o mesmo no site BEACHCAM. Isto é completamente indecente, e altamente prejudicial para o atleta, não é possível que isto aconteça, e passo a citar: “Assim, Vasco Ribeiro, Jácome Correia, Miguel Blanco, Francisco Alves, João Kopke, Tomás Fernandes e Luís Perloiro estreiam-se no round de 64.” Até parece que o GUILHERME FONSECA, que por acaso até está na mesma bateria do Miguel Blanco, não conta, que não é também português, que não está também a representar as cores nacionais. Só pode ser assim tratado por ser um surfista de Peniche.
ISTO revela uma enorme falta de profissionalismo, ou então é propositado. TENHAM VERGONHA... |
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Novembro 2016
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