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Vestir a camisola…

6/10/2014

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Escrito por: José Miguel Nunes

Chegámos a Outubro, o mês dos oito milhões. Os melhores do mundo estão a chegar para surfar numa das melhores ondas do mundo, só para esclarecer, a onda dos Supertubos, que é em Peniche. É que com tanta jogada de marketing ainda há quem possa pensar que Peniche é uma onda lá para Cascais… mas não é…

Hoje em dia toda a gente fala na economia do surf, toda a gente fala no 
turismo de surf. A comunicação social enche as gordas com títulos de oito milhões, de centenas de empregos criados, de dezenas de novos negócios. Os políticos desdobram-se em entrevistas e declarações sobre surf e turismo de surf e na sua importância para as economias locais, num discurso… como dizê-lo… bem, à político… com muita parra e pouca uva…

Até parece uma nova corrida ao ouro, ao estilo da que se desenrolou lá pelo século XIX por terras do tio Sam.

Esta corrida desenfreada a que assistimos ao surf, e a tudo o que o surf envolve, em que a anarquia é quase total, com "surfcamps", "surfhouses", "surfschools", etc, etc… a brotarem como cogumelos por todo o lado, bastando para isso pouco mais do que um apartamento e uns beliches comprados no Ikea, e “bora” lá alugar isto aos “bifes” e fazer dinheiro que é o que está a dar, sem qualquer preocupação de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, é bastante preocupante para o futuro de Peniche como DESTINO TURÍSTICO tendo como base o surf.

A palavra SUSTENTABILIDADE, que muita gente com responsabilidade nestas matérias, nomeadamente ao nível político, não sabe o que é, nem quais os seus pressupostos, é fulcral para que a curva do CICLO DE VIDA DO DESTINO TURÍSTICO possa ser o mais longa possível, pois o objectivo deverá ser, retardar ao máximo a sua fase de declínio, que é inevitável.

Seria importante que pessoas com esse tipo de responsabilidades, volto a repetir, nomeadamente políticas, tivessem conhecimentos, ou pelo menos vontade de os ter, ainda que superficiais, sobre estes conceitos, e já agora também sobre mais alguns, como por exemplo: DESTINO TURÍSTICO, PRODUTO TURÍSTICO, RECURSO TURÍSTICO e ATRACTIVO TURÍSTICO, e quais as suas diferenças, talvez assim não fizessem discursos políticos, encapuçados de cometário, completamente desajustados do contexto, como o proferido na recente apresentação do NIS (Núcleo de Investigação em Surf), pelo representante do nosso município, a interversão por parte de um investigador da área sobre até que ponto o modelo até agora seguido para o surf é sustentável. Só uma pequena nota, e a atalho de foice, o NIS é um grupo de investigação que “pretende fomentar a pesquisa em turismo e SUSTENTABILIDADE em zonas costeiras”. Cá está… SUSTENTABILIDADE.

Retive do referido comentário algumas frases:

“Fico contente por ver centenas ou milhares de surfistas a caminho das nossas praias…”, não é necessariamente bom nem para o turismo em geral, nem para o turismo de surf em particular, coloca questões a vários níveis como a satisfação (dos turistas de surf e dos outros) e até mesmo a possível saturação do destino, entre outras;

“Se deixarmos uns saquinhos na praia já é um problema…” e “…a GNR vira costas para fumar um cigarrito, vão meia-dúzia para as dunas e já é um problema…” (numa alusão aos problemas ocorridos na desmontagem das infraestruturas do Rip Curl Pro em 2012 e às criticas daí resultantes), são efectivamente um problema (não as críticas, entenda-se), em primeiro lugar porque não foram uns saquinhos, em segundo, porque não foi o pisoteio dunar, mas sim a deslocação de maquinaria pesada por cima das dunas. Isto coloca questões ao nível ambiental, mas também ao nível da imagem do destino, entre outras, e citando o anfitrião do evento, especialista na matéria: “A construção de uma boa imagem é fundamental no Turismo, não se pode falhar, pode não haver uma segunda oportunidade”;

“Todos temos de vestir a camisola”, concordo plenamente, mas vestir o fato e a gravata, e querer dar-se a entender que se veste a camisola é que não pode ser.

O discurso político baseado em chavões, que servem às mil maravilhas o apetite da imprensa, não se coaduna quando proferido em ambiente académico, profundamente especializado e assente em pressupostos bem diferentes, que tem como base a lógica cientifica e não a lógica politica.

As ondas e o surf são uma mais-valia para Peniche como fonte de rendimento e de desenvolvimento económico, já o defendo há muitos anos e continuo a defende-lo, mas não caíamos no erro de trabalhar este mercado numa lógica de curto-prazo, a quatro anos de cada vez, de nos deslumbrarmos, de permitirmos tudo e mais alguma coisa, numa lógica de quanto mais melhor, sem preocupações evidentes de SUSTENTABILIDADE e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, pois se assim for, o resultado será o mesmo do da corrida ao ouro do outro século, meia-dúzia deles fizeram fortuna, e ganharam peso nos centros de decisão, os restantes, bem, os restantes definharam até morrerem na miséria.
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