Escrito por: José Miguel Nunes Há determinadas coisas que me fazem um pouco de confusão, e que por muito que tente entender, não consigo. Hoje em dia o dinheiro, como todos sabemos, é quem mais ordena, e a troco do mesmo, mente-se e engana-se com a maior das leviandades e descaramento. A célebre frase, o que hoje é verdade, amanhã é mentira, e vice-versa, tantas vezes ajustada à política, tornou-se tão banal, que já ninguém se importa. Mentem, voltam com a palavra atrás, … ah! Ok, é política, é mesmo assim, é normal, faz parte… Custa-me sinceramente que assim seja, que não se queira saber, que levemos isto como uma inevitabilidade desculpável. Esta regra, passou rapidamente para a área dos negócios, da promoção, do marketing. A troco do vil metal, mente-se, e a mentira passa a ser justificável, pois vale dinheiro. O surf como área de negócio que também é, e cada vez com maior peso, entra neste jogo sujo das inverdades, como gostam de lhes chamar, eu prefiro utilizar a palavra mentira, é mais percetível. A imagem em baixo, retirada do “site” da ASP, entidade reguladora do surf a nível mundial, é um reflexo disto mesmo. Não me recordo de ter havido um único “heat” realizado em CASCAIS. Não me recordo de PENICHE e os SUPERTUBOS, terem sido o local de “back-up” do evento. Não me recordo de os atletas terem querido ir para CASCAIS competir. Ao invés, recordo-me de todo o campeonato ter sido realizado em PENICHE e nos SUPERTUBOS. Recordo-me de CASCAIS e CARCAVELOS, terem sido o local de “back-up” de PENICHE e dos SUPERTUBOS. Recordo-me de os atletas não terem querido ir para CASCAIS competir.
Então por que raio, a ASP coloca no seu site que o RIP CURL PRO PORTUGAL, foi realizado em CASCAIS? Isto é MENTIRA, o RIP CURL PRO PORTUGAL, foi realizado em PENICHE, mas, interiorizámos que é desculpável e justificável que lá apareça CASCAIS. Porquê? Mas já que falámos em RIP CURL PRO PORTUGAL, a questão do “naming” é outro assunto em que a apesar de não ser efectivamente uma mentira, não reflete toda a verdade. Esta é uma questão à qual me refiro desde 2009, nunca concordei, e está escrito, que o nome de PENICHE, não faça parte do “naming” do evento. PENICHE e os SUPERTUBOS, merecem o destaque que as suas ondas proporcionam, pois são elas que fazem com que esta prova tenha a qualidade e a visibilidade que tem. PENICHE e os SUPERTUBOS merecem ser reconhecidos por isso, e não o são, PENICHE e os SUPERTUBOS ficam “escondidos” na promoção, atrás da marca PORTUGAL. Aliás, no ano transacto CASCAIS teve este entendimento com o CASACAIS Trophy, e não permitiu que a sua marca, CASCAIS, ficasse escondida atrás da marca PORTUGAL. Resumindo, um evento que é apenas realizado em PENICHE, tem no “naming” PORTUGAL, e um evento que é realizado em três locais diferentes do território nacional tem no “naming” CASCAIS. Porquê? PENICHE merece, e deve exigir, que o seu nome esteja associado ao “naming” de um evento com a dimensão deste, pois é devido à qualidade das suas ondas que ele acontece em território português. PENICHE tem ondas que são únicas, essa é a verdade, e o que se está a vender com aquele “naming” é que PORTUGAL tem ondas como aquelas, por todo o lado, o que não é verdade, é enganoso. Uma MENTIRA deve ser sempre uma MENTIRA, uma VERDADE deve ser sempre uma VERDADE, e a VERDADE DA MENTIRA não deve ser nunca desculpável nem justificável.
8 Comentários
Escrito por: José Miguel Nunes Hoje em dia, é sabido, a relevante importância que a comunicação tem na promoção de qualquer actividade, assim, é natural que os Departamentos de Comunicação das instituições, trabalhem cada vez mais cuidadosamente a informação que pretendem divulgar, com um sentido cada vez mais profissional, não descurando os pormenores, pois é neles que poderá residir a diferença entre uma boa ou má comunicação. Uma instituição com as características da Federação Portuguesa de Surf (FPS) tem que ter uma preocupação acrescida no modo como comunica, pois não se representa apenas a si como instituição, mas também todos os clubes e atletas a si associados, que por definição devem ser tratados de modo igual em todas as circunstâncias, e também na comunicacional. O responsável deste departamento na FPS tem que ter esta noção, e não tem. Não é a primeira vez que referenciamos falhas por parte do Departamento de Comunicação da FPS, e de cada vez que o fazemos, a esperança é que seja a última, era sinal de qua algo tinha mudado positivamente, e falamos do princípio da igualdade que uma instituição como a FPS deve ter relativamente aos seus associados. O Departamento de Comunicação da Federação Portuguesa de Surf não está a cumprir esta premissa, seja por falta de competência ou simples desatenção do seu responsável de comunicação, mas com isso, coloca em causa, em primeiro lugar, o bom nome da própria instituição, e em segundo, o dos seus dirigentes, seus primeiros responsáveis, por inerência dos cargos que ocupam. Hoje, como todos sabemos, as redes sociais são um meio privilegiado de comunicação em qualquer instituição, e a Federação Portuguesa de Surf não é excepção, usando nomeadamente o Facebook para promover a sua. A FPS DEVE promover TODOS os eventos de TODOS os seus clubes, enquanto eventos, pois a sua força enquanto federação, reside também na força que os seus clubes têm, e essa é potenciada através de uma boa comunicação. A FPS NÃO DEVE promover resultados específicos de atletas (alguns) em representação de clubes (alguns), em determinados eventos, pois isso está a prejudicar em termos comunicacionais os restantes. A FPS deve ter o máximo de comunicação própria, e não, quase se limitar a partilhar outras fontes de comunicação, e deste modo evitaria alguma parcialidade existente na origem, da qual, a bem da própria instituição, se deve demarcar. No dia 7 de Abril de 2014, saiu um “post” no facebook oficial da Federação Portuguesa de Surf, em que esta, partilha uma notícia sobre a primeira etapa do Circuito Regional da Grande Lisboa, evento por si organizado. Faço notar, que a referida notícia não é da autoria do Departamento de Comunicação da FPS, mas sim de um dos clubes participantes, que obviamente faz eco, como lhe compete, dos resultados dos seus atletas. Neste caso especifico o Departamento de Comunicação da Federação Portuguesa de Surf, que ao invés de produzir uma comunicação própria, deve ser o mínimo que se lhe exige, partilha uma notícia sobre o mesmo, em que o enfase, logicamente, são os atletas de determinado clube, pois a origem da notícia é da comunicação desse mesmo clube. Isto não pode acontecer, isto é um mau serviço prestado por parte do Departamento de Comunicação da Federação Portuguesa de Surf, ainda que, acredito, inadvertidamente, e o responsável de comunicação da FPS deve ser chamado a explicar este tipo de comunicações. A Federação Portuguesa de Surf, e o seu Departamento de Comunicação não devem, nem podem, entrar neste facilitismo relativamente à sua comunicação, área extremamente importante na promoção de qualquer actividade, pois assim não estão a cumprir o princípio da igualdade, a que deve estar obrigada no tratamento dos seus associados, acabando por beneficiar uns em detrimento de outros. Escrito por: José Miguel Nunes Somos um País com uma história impressionante, grandes feitos, grandes conquistas, só possíveis num povo de excelentes trabalhadores, de pessoas inteligentes, aventureiras, com espirito de sacrifício. No entanto, como em tudo, não são só qualidades, e temos também os nossos defeitos. A típica esperteza latina, é um deles, atraiçoa-nos o raciocínio e faz-nos cair em asneiras recorrentes. A característica aventureira aliada a esta última, proporciona que embarquemos em projectos de grandeza exagerada, levando-nos a arranjar mil e uma artimanhas para arranjar dinheiro, que não temos, mas que depois, de uma forma ou de outra, vamos ter de pagar (esperteza, quem vier a seguir que feche a porta), para a realização dos mesmos. Temos uma necessidade quase doentia de querermos mostrar aos outros que também temos, e que até temos mais que eles (muito importante esta parte, à falta de melhor, alimentamos o ego), quando na realidade somos um País tão pequenino que um quarto daquilo “dava para os gastos” e ainda sobrava, mas não, é tudo à grande. Tomemos o exemplo dos Centros de Alto Rendimento para o Surf. Lembram-se, toda a gente queria um, eram sete ou oito, de norte a sul, num País que se atravessa em pouco mais de meia-dúzia de horas. Acabaram por se concretizar três projectos (ainda assim demais na minha opinião), com o ridículo de dois deles distarem um do outro apenas 60 Km, meia horinha de carro. Gastaram-se uns milhares de euros, que arranjámos em fundos daqui e dali, desnecessariamente, só pela mania das grandezas. Ao menos que estivessem a cumprir o propósito para o qual foram construídos, mas nem isso, estão fechados ou semi-fechados (a inércia do poder central relativamente a este assunto tem sido gritante), só dão é despesa. Na realidade, apenas um, bem localizado, serviria na perfeição as necessidades efectivas da modalidade ao nível do alto rendimento, essa é que é a realidade. Mas continuamos a cometer os mesmos erros, está-nos no sangue. Agora são as piscinas de ondas que estão na moda, e lá vamos nós outra vez, em grande, para variar. É em Peniche, é na Costa da Caparica, já se fala também em Viana do Castelo... uns já têm os projectos aprovados, outros mandaram fazer os estudos com vista a aprová-los, uns já falaram com os Australianos, outros com os Espanhóis… Mas que raio, num País com cerca de 92 mil Km2 e 900 Km de uma costa cheia de ondas, três piscinas destas não será um exagero, não será mais dinheiro deitado à rua, e que servirá apenas para alimentar a mania das grandezas e eventualmente alguns egos políticos nos dias das inaugurações. Lá diz o velho ditado, o passo deve ser dado à medida da perna… a nós, infelizmente, parece que nos ofereceram umas andas de madeira podre, que frequentemente se partem e que teimamos em remendar e voltar a usar… Deixem-se disso… Escrito por: José Miguel Nunes Por razões que não vêm ao caso, tenho acompanhado o Europeu de Futsal. É impressionante a falta de “amor à camisola” existente, neste caso concreto, e tratando-se de selecções, a falta de “amor ao País”. É triste poucas equipas não terem “infiltrados”, sendo o caso mais gritante o do Azerbeijão, que chegou a ter em campo uma equipa completa de… brasileiros. Nunca gostei de ver o Deco e o Liedson de quinas ao peito, assim como não gosto de ver o Pepe. É desconcertante, para não dizer humilhante, até para os próprios, vê-los cantar o hino nacional, e a tentarem transparecer alguma emoção nas meias palavras que lhes saem a custo da boca. Não gostei de ver o Marlon Lipke a competir por Portugal no último Europeu nos Açores. Não depois de ter competido anteriormente pela Alemanha. A sua passagem pela elite do surf mundial nunca me fez vibrar, e o mesmo se aplica ao Nicolau Von Rupp. Não me entusiasmam os seus feitos, não que com isto lhes deseje algo de negativo para as carreiras, pelo contrário, mas os seus feitos, as suas vitórias, as suas derrotas não me tocam o coração, como por exemplo acontece com as do Saca, Kikas ou Vasco Ribeiro. Tiveram a sua oportunidade e não quiseram, fizeram outra escolha, no caso de ambos, legítima, mas se assim foi, assim deveriam continuar. Nos clubes é parecido, existem atletas que por uma ou outra razão estão em clubes que não os da sua zona de origem, existem alguns exemplos, inclusivamente no Peniche Surfing Clube, não é algo que seja anormal ou de grande relevância, os clubes subsistem e ganham força, principalmente pelo número de associados que têm, quantos mais melhor. No entanto há associados e associados, todos os clubes os têm, dos dois tipos. A famosa mística, esse gosto, esse orgulho de pertencer a determinado clube, que deve ser transmitida dos mais velhos para os mais novos, é de extrema importância para a sobrevivência do próprio clube, e há associados que tem essa responsabilidade, ainda que não lhes tenha sido imposta, mas eles próprios se confundem com o clube a que pertencem, quer queiram, quer não, são olhados pelos mais novos como ídolos, como ídolos do seu clube, normalmente atletas locais, que tiveram e/ou têm desempenhos acima da média. Pessoalmente, não gosto de ver partir do meu clube para outro, qualquer tipo de associado, e se forem dos tais, então para além de não gostar, fico bastante triste, pois é algo que me toca no coração, que é onde tenho o clube do qual faço parte. Esperemos que não aconteça… Escrito por: José Miguel Nunes Cá estamos em 2014, o ano em que, eles, os políticos, essa classe de gente que deveria ser nobre, mas que ao invés, é cada vez mais desprezível (salvo raras excepções), dizem que a “troika” se vai embora, e que o pior já passou. Chupados até ao tutano, por culpa de uma crise, que não provocámos, classe média, trabalhadora, como lhe queiram chamar, mas que temos de pagar, para que haja quem continue a engordar a conta bancária, pois curiosamente, ou talvez não, em 2013, tanto na Grécia, como em Portugal, os ricos aumentaram as suas fortunas e os pobres engrossaram as suas fileiras com novos recrutas … não sei se é coincidência, ou se existe aqui uma relação de causa/efeito… o que é facto, é que continuamos a ser roubados para dar de mamar a essa corja de sanguessugas, dispostas em lugares-chave, numa promiscuidade político-económica de bradar aos céus. Vivemos uma era consumista, de aparências, que mais vale parecer do que ser, em que o importante é ganhar muito dinheiro (ou pelo menos crédito) para o poder ostentar, e se para isso, necessário for, espezinhar, roubar (com legitimidade, claro) para atingir tal objectivo, assim será. O colectivismo, o voluntariado e a preocupação social, deixaram de ter significado, interessando apenas e só, o plano individual, numa cultura narcisista, onde o consumo de bens materiais ganha importância incrementada numa sociedade cada vez mais podre de valores. O surf, acabou ele também por ser contaminado e conspurcado por esta realidade, e muito por culpa desta geração de “yuppies do surf” que acabaram por vender a alma ao diabo, engolidos por esta máquina terrível, ficando completamente dependentes das grandes empresas que neste momento põem e dispõem a seu belo prazer de um, mais que desporto, estilo de vida, a ficar cada vez mais despido de valores, que deveriam servir de base ao seu desenvolvimento sustentável. Casos como os da Ericeira, Açores ou Carcavelos, com expropriações, projectos turísticos em ambiente natural, completamente desajustados do meio, tendo surfistas como mentores, ou projectos megalómanos por parte de uma Universidade que poderá por em risco uma das mais emblemáticas ondas do País, curiosamente a mesma que desenvolve um estudo sobre o valor das ondas em Portugal, são exemplos, de que o surf é um mero acessório nesta máquina de fazer dinheiro. A falta de coragem de alguns dos mais altos dirigentes deste desporto, em se insurgirem e repudiarem de modo vigoroso estes atentados, mostra bem o nível de dependência económico-politica a que o surf chegou. O surf, actividade de expressão livre, rebelde e em comunhão com o meio natural envolvente, tendo como pilar a busca da onda perfeita, está a ser delapidado destes valores, chegados ao extremo em que um surfista, dá ou não, o seu aval, para que outro surfista possa ir surfar, escudado em teorias de segurança, que mais não são do que malabarismos empresariais de protecção económica, promiscuamente relacionados com o poder politico. Haja esperança, e que esta crise, pelo menos nos possa permitir enxergar o caminho erróneo que estamos a trilhar, e que a ser seguido, inevitavelmente levará à descaracterização de um estilo de vida que tanto gostamos, dominado por meia dúzia de “yuppies” que envergonham o significado da palavra surfista. Escrito por: José Miguel Nunes Num ano em que quase tudo foi mau, salvou-se o surf Penicheiro, foi um ano positivo. Poderá parecer um pouco estranha esta afirmação, mas vejamos, o clube local, PPSC – Peniche Surf Clube, encontrou finalmente alguma estabilidade, e com isso promoveu uma série de actividades de continuidade que conseguiram mobilizar (alguma da) a comunidade surfista local em torno do mesmo, e isto por si só é um dado bastante relevante. Vamos lá então a alguns factos que justificam esta nossa opinião: Peniche, através do seu clube, voltou a ter novamente um circuito de surf & bodyboard, e respectivos campeões apurados; Peniche, através do seu clube, voltou a ser novamente reconhecido e ouvido nas decisões que ao surf dizem respeito, e isso é algo que tem uma importância enorme no desenvolvimento da modalidade a nível nacional, mas principalmente a nível local; Peniche, as suas provas, e os seus atletas, através do seu clube, voltaram a marcar presença nos principais meios de comunicação social da especialidade a nível nacional e até internacional, bem como a ter um acompanhamento muito próximo nos meios de comunicação social da região. Foi realmente com um misto de alguma emoção, satisfação e posso até dizer, orgulho, que vimos ao longo das etapas do circuito do PPSC, atletas da “velha guarda”, como Hélio “Laranja” Conde, Silvano Lourenço, Filipe Cardoso, Armindo Boto e Hugo Nunes no Bodyboard, Nuno Silva, Diogo Gonçalves, Acácio “lélé” Grandela, Paulo Ramos, António Leopoldo e Hugo Amado no Surf, entre outros, juntarem-se aos miúdos da nova geração num convívio agradável de transmissão de mística, saber e experiência, num circuito que primou pelas boas ondas (dentro e fora de água), tendo culminado com um fantástico último dia de competição na Praia dos Supertubos, quase em jeito de recado por parte de Neptuno, a dizer-nos muito claramente, se nos mantivermos unidos, receberá os melhores do mundo com ondas de grande qualidade, mas receber-nos-á a nós também, os melhores de Peniche, com a mesma qualidade, pois ambos somos merecedores de tal. A participação na Taça de Portugal, e o segundo lugar conquistado, foi um enorme feito por parte de um clube, que na altura não tinha ainda as suas dinâmicas de motivação e envolvência devidamente “oleadas”, sofrendo ainda os efeitos da longa paragem. Serviu para mostrar mais uma vez que se unidos, é possível, e este resultado só foi possível, apenas pela extraordinária entrega e união de TODOS os atletas. Foram onze atletas nas finais, que resultaram em três terceiros lugares, três segundos e dois campeões, Bruno Grandela em Longboard e Silvano Lourenço em bodyboard, que foram, sem qualquer tipo de desprimor para com os restantes, bem pelo contrário, o expoente máximo desta excelente participação. A nível de circuitos nacionais, mais quatro títulos de atletas penicheiros, Bruno Grandela a dominar por completo as pranchas grandes, sagrou-se campeão nacional em três categorias: SUP Wave e SUP Race (ficará para a história como primeiro campeão destes circuitos) e Longboard, revalidando assim o título de 2004, Guilherme Fonseca em Surf Sub-16, sagrou-se pela segunda vez consecutiva campeão nesta categoria. Ver explodir de alegria um grupo de miúdos (e graúdos) de t-shirt do PPSC vestida, correrem para a água, e levarem em ombros, um Silvano Lourenço de lágrimas nos olhos, acabadinho de se tornar campeão de bodyboard na Taça de Portugal pelo seu clube de sempre, numa praia da sua terra, ele que tantas alegrias já deu ao bodyboard penicheiro e nacional, é a imagem que nos ficará para sempre gravada na memória, deste ano, em que quase tudo foi mau, salvou-se o surf Penicheiro. Escrito por: José Miguel Nunes Tenho-me insurgido por diversas vezes com o facto de achar que Peniche, os surfistas de Peniche e o surf em Peniche, ser frequentemente mal tratado e desvalorizado perante os grandes “lobbys” surfísticos nacionais, onde se inclui alguma imprensa especializada, bem como algumas instituições públicas que agora também vêm no surf um filão interessante a explorar. Tenho tido o cuidado de apresentar exemplos, e não têm sido tão poucos como isso, cada vez que acho, repito, que acho, que o surf e os surfistas de Peniche saem mal tratados pelo referido “lobby”. Como sabem, decorreu no passado fim-de-semana na Praia dos Supertubos em Peniche, a 5ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças da Federação Portuguesa de Surf, o Refresh Peniche 2013 by Rip Curl, prova organizada pelo clube local, PPSC - Peniche Surf Clube, com o apoio da Câmara Municipal de Peniche, Bombeiros Voluntários de Peniche e Oeste Portugal, entre outras entidades. É completamente inacreditável a nota de imprensa que saiu no “site” da Federação Portuguesa de Surf no final do referido campeonato, onde nem uma única palavra apareceu sobre estas entidades. Ressalve-se, que a Federação Portuguesa de Surf, é uma instituição pública, de âmbito nacional, que regula toda a actividade relativamente ao surf, e neste sentido, tem uma responsabilidade acrescida para com todos os parceiros, que com ela promovem as modalidades que se encontram sob a sua égide. Esta é uma situação grave, pois, para além de desrespeitar Peniche, os surfistas de Peniche, o surf em Peniche e o clube que representa os surfistas de Peniche, que com eles organizou a etapa, desrespeita ainda, todas as outras entidades que a apoiaram, e marcaram presença durante o decorrer da mesma, algumas delas, pelos seus mais altos representantes, como foi, a título de exemplo, o caso do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Peniche. Mais, se virmos a nota de imprensa no mesmo “site” sobre a Finalíssima do Circuito Nacional de Surf Esperanças que decorreu à pouco mais de uma semana, em S. Pedro do Estoril, o último parágrafo é bem diferente, e elucidativo da discriminação à qual me refiro. A pessoa responsável pela comunicação da Federação Portuguesa de Surf, já nos habituou a comunicar com muita falta de informação, e com explicações bizarras para o sucedido, mas neste caso, para além da falta de informação, a que não será estranho, e segundo julgo saber, o facto de não ter contactado o clube a solicitar qualquer informação sobre o decorrer da prova, utilizou dois pesos e duas medidas relativamente a duas provas similares, o que não é de todo, uma atitude digna de uma entidade federativa. Quer queiramos, quer não, existem regras que, se por mais razão nenhuma, pelo menos por respeito institucional, devem ser cumpridas, e a Federação Portuguesa de Surf, é a instituição que está acima de todas as outras no que ao surf diz respeito. É muito mau, quando ela própria não respeita as regras que por inerência deveria respeitar, mais que não seja, para dar o exemplo, e o exemplo deve vir sempre de cima, e nesta caso não veio. Ficaram muito mal na fotografia, o responsável de comunicação, assim como a própria instituição, que revelou falta de competência numa área tão importante como a comunicacional. Escrito por: José Miguel Nunes Será que os Surfistas Devem Ser Subsidiados?, é o título do livro da autoria de Martim Avillez Figueiredo, que recentemente saiu para as bancas. Pela sinopse apresentada, leva em linha de conta a teoria de Philippe Van Parijs, professor da Faculdade de Ciências Económicas, Políticas e Sociais da Universidade Católica de Louvain (UCL), materializado num artigo intitulado: "A Basic Income for All - If you really care about freedom, give people an unconditional income". Em Janeiro deste ano Martim Avillez Figueiredo, tinha já defendido a Tese de Mestrado "Liberdade Real para todos - Porque os surfistas devem ser subsidiados", no IEP (Instituto de Estudos Políticos, da Universidade Católica). Podemos concordar ou não com a teoria em causa, e essa é uma questão completamente à parte. Agora, bem diferente, é a insinuação patente neste título, que liga os surfistas ao estereótipo fabricado por Hollywood em meados do século passado, de vida boa, sem responsabilidades, a fazerem surf e a fumarem erva o dia todo, numa onda muito hippie ao estilo Flower Power. Essa época passou, o surf e os surfistas dos dias de hoje nada, repito, nada, têm a ver com esses tempos. O surf tem feito nos últimos anos um caminho de credibilização que considero bastante positivo, sendo hoje em dia visto, como uma mais-valia para a frágil situação económica em que nos encontramos, tornando-se ridícula toda e qualquer insinuação deste género. Sou surfista, não me revejo nesta insinuação. A grande maioria dos surfistas que conheço, todos eles têm responsabilidades, aliás, como a maioria das restantes pessoas não-surfistas. A grande maioria dos surfistas que conheço, todos eles passam os dias a trabalhar, aliás, como a maioria das restantes pessoas não-surfistas. A maioria dos surfistas que conheço, todos eles pagam o empréstimo da casa ao banco, aliás, como a maioria das restantes pessoas não-surfistas. A maioria dos surfistas que conheço, todos eles vão pôr e buscar os filhos à escola, aliás, como a maioria das pessoas não-surfistas. Presumo que o mesmo aconteça ao Mestre Martim Avillez Figueiredo, só não deve é fazer surf, que é o que os surfistas ainda fazem, antes de iniciarem, ou depois de acabarem mais um dia de trabalho, responsabilidades e horários a cumprir, como a maioria das pessoas não-surfistas. Tirando isto, o “estaminé” está quase montado, os melhores entre os melhores estão a chegar, é Outubro, o mês em que Supertubos se prepara para receber mais uma etapa do World Tour. Boas ondas Escrito por: José Miguel Nunes Terminou Agosto, chegámos a Setembro, um dos meses mais esperados pelos surfistas. Terminou o verão, as “flatadas” começam a escassear, as primeiras grandes ondulações do inverno que se avizinha preparam-se para entrar, o “crowd” começa a diminuir. Este ano até nem nos podemos queixar, Agosto serviu-nos de ondas, e em alguns dias bastante boas até, mas Setembro tem um certo “élan”, o sol já não aquece tanto, a aragem é mais fria, o areal ganha espaço, e dá-se a primeira grande triagem entre o “crowd”. Uns continuam, empolgam-se a cada visita de novo “swell”, outros fazem uma paragem sabática até à próxima páscoa. Em Peniche, Setembro tem ainda outro aliciante, começa a aproximar-se a altura em que os melhores surfistas do mundo chegam para surfarem um dos melhores “beach breaks” do mundo, Supertubos. A ver vamos se continuarão por cá noutros Outubros. Como disse Gonçalo Cadilhe, “as ondas são filhas do amor entre o vento e o mar”, esperemos que o frio do inverno que começa agora a dar um ar da sua graça, proporcione muito amor entre este vento e este mar que nos rodeia, com conta, peso e medida, para que dele nasçam ondas, ondas perfeitas, que irão preencher o coração de qualquer surfista, que em dias de frio, chuva e água gelada, se entrega ao seu encontro para com elas realizar a mais bela das danças. Para quem escreve, principalmente num “blog”, o número de visitas apesar de não ser essencial, é ainda assim importante, nomeadamente a nível motivacional, e com isto, um mês depois de cumprir dois anos de existência, ultrapassámos a fasquia das 250 mil visitas. Obrigado. Boas ondas Escrito por: José Miguel Nunes Mês de Agosto, mês de férias, mês de praias cheias, mês sem ondas, mês de muito pouco surf. É esta travessia que qualquer surfista tem de fazer ano após ano. O que nos alegra a alma neste mês de Agosto é que o Setembro vem já a seguir… é o que nos vale, e com ele, começam a entrar as ondulações que todos esperamos. Este ano, Setembro não trás só novas ondulações, trás também eleições autárquicas. As listas apresentam-se, os candidatos discursam, os programas divulgam-se, e o surf lá está na agenda de todos eles, da esquerda à direita. Não sou, nunca fui, nem serei, apoiante de qualquer candidato ou lista a qualquer eleição. Gosto de discutir política, de modo imparcial e sem estar “agarrado” a este ou àquele conceito político-partidário. Critico quando acho que devo criticar, enalteço quando acho que devo enaltecer. Tenho quarenta e três anos, vivo em Peniche há trinta e três, faço surf há vinte e oito, escrevo regularmente sobre surf em Peniche há oito. Participei na criação de todos os clubes de surf que por cá apareceram, ajudei a organizar o primeiro campeonato apoiado pela então “pré-Federação Portuguesa de Surf”, encabeçada pelo saudoso Pedro Mello, trabalhei pelo menos nas primeiras dez edições do Rip Curl, surfei com todos os primeiros surfistas de Peniche, fui à inauguração da primeira “surf shop” que abriu em Peniche, acompanhei de perto a chegada da empresa Rip Curl a Peniche, ajudei a organizar campeonatos e circuitos regionais em Peniche, tive pranchas do primeiro “shaper” que se estabeleceu em Peniche, tive fatos da primeira marca de fatos que se estabeleceu em Peniche, fui pedir apoios à Câmara Municipal de Peniche para campeonatos, fui olhado com desconfiança nos lugares mais “in” da altura por simplesmente ser surfista, fui e sou um dos maiores defensores do CAR Surf em Peniche, assisti à chegada do “World Tour” a Peniche, …, por tudo isto acho que sei um bocadinho pelo que o surf em Peniche tem passado. Há pucos dias um amigo perguntou-me o seguinte: “Qual era a atitude da Câmara relativamente ao Surf antes do To-Zé? E eu respondi: “Basicamente não havia atitude.” Sempre primei a minha vida pela verdade e pela frontalidade com que assumo as minhas opiniões. Tenho sido possivelmente um dos maiores críticos do executivo atual relativamente a algumas, repito, algumas, opções tomadas no que ao surf em Peniche diz respeito. Neste sentido, estou completamente à vontade para também dizer que relativamente à Câmara e ao surf em Peniche, a verdade é só uma, antes do executivo atual ter chegado aos comandos do Município, o surf e os surfistas em Peniche foram sempre tratados de forma indiferente, desvalorizada e até mesmo em alguns momentos pouco digna. Há uns anos a esta parte, ficou celebre no meio surfístico da altura, uma frase proferida por um alto responsável camarário, a propósito da possibilidade de se realizar em Peniche, uma etapa do então WCT, o circuito antecessor do atual WT: “Não damos dinheiro a pés-de-chinelo”. Seguiu para outras paragens, a etapa, entenda-se. Foi o atual executivo que reconheceu a mais-valia que o surf pode ser para Peniche, pois antes dele isso nunca aconteceu. Se mais mérito não teve, pelo menos este ninguém lho pode tirar. Conheço e sou amigo de pessoas integrantes em todas as listas concorrentes, mas relativamente ao surf, e eu só escrevo sobre surf, esta é a verdade. Esperemos que quem venha a seguir, continue a encarar o surf como uma mais-valia para o desenvolvimento económico de Peniche, é esse o meu desejo, retirando ensinamentos dos erros cometidos no sentido de melhorar o que foi feito. Seja quem for o Senhor que se segue, a promessa está feita, neste PENICHE SURF NEWS, continuarei a dar a minha opinião, criticando quando acho que devo criticar, enaltecendo quando acho que devo enaltecer. Boas ondas |
Arquivo
Dezembro 2016
|