No editorial deste mês, era inevitável que se falasse da recente parceria entre a Câmara Municipal de Peniche e a Câmara Municipal de Cascais relativamente à etapa do World Tour que ainda, repito, ainda, passa por cá. Desde já, dizer que esta parceria deve ser muito mais vantajosa para o Município de Cascais do que para o de Peniche, e esta minha constatação advém do facto de no site do Município de Cascais lá estar a notícia relativamente a este assunto, já no de Peniche, por muito que procurasse, não consegui encontrar qualquer referência ao mesmo. Sendo que por definição, uma parceria pressupõe que todos os parceiros retirem vantagem da mesma, é no mínimo estranho, que um dos parceiros não a promova. Recentemente a propósito da minha opinião sobre este assunto, vieram-me novamente com a “tanga” da intervenção positiva. Bolas, que quando arranjam um chavão é até à exaustão. Muito sinceramente, quando me dizem que deveria ter uma abordagem virada para a intervenção positiva (estou farto desta expressão) naquilo que escrevo, na prática, o que me estão a sugerir, é que não escreva que as coisas estão mal quando eu acho que estão. A grande vantagem de se escrever o que se acha, é que quando está escrito, não há dúvida, está escrito, e quem escreve assume claramente o que escreveu, fica um registo. Cascais Trophy, este assunto até me dá a volta às entranhas. Bom, aquando da notícia de Peniche ser contemplada com uma prova do WT no calendário da ASP, escrevi em 23 de Junho de 2009 (lá está, é importante escreverem-se as coisas) o seguinte: “…não posso mais uma vez deixar de felicitar a autarquia, e principalmente o seu mais alto responsável, António José Correia…”. Se nessa altura atribuí os louros da sua vinda, e justamente, ao Presidente da Câmara Municipal de Peniche, agora, que ela, está prestes a ir-se, também tenho de os atribuir à mesma pessoa. É assim que a coisa funciona. Este desfecho, previsível, diga-se, deriva do que disse em 15 de Dezembro de 2011, no artigo Peniche, a Capital do Campeonato, e que foi isto: “…a estratégia de Peniche Capital da Onda está completamente errada do ponto de vista da sustentabilidade de Peniche como destino de surf, assentando unicamente no retorno imediato e de projeção mediática de uma ou duas entidades, de uma ou duas pessoas.” O resultado de tal estratégia, disse-o também no mesmo artigo, é que se começou a “fazer a casa pelo teto e não pelos alicerces, e é nisto, em minha opinião, que assenta a aposta no surf por parte da Câmara Municipal de Peniche, qual castelo de cartas, que se irá desmoronar ao primeiro vento mais forte...”, acrescento agora, o Casacais Trophy, é só a primeira nortada do enorme vendaval que está para chegar e que irá deitar a casa a baixo. A marca PENICHE CAPITAL DA ONDA, não serve para nada, a não ser para aparecer nas notícias, de resto ninguém lhe pega. E porquê? Porque foi mal delineada, o estudo foi mal feito, assenta nos pressupostos errados. Não sei se esta foi uma intervenção positiva, mas olhem, foi a minha, está escrita e irá ficar registada.
2 Comentários
Rui Granada
8/3/2013 04:39:33
Zé, João Lagos (Lagos Sports) conheces? Este senhor esteve presente em todas as etapas do mundial em Peniche rodopiando pela zona vip que, a avaliar pelas suas ligações ao surf (nehumas), faz todo o sentido... Ou o sentido seria outro?!... Secalhar estou errado...
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Gonçalo Cardoso
25/3/2013 11:54:17
Intervenção positiva???
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