_ Escrito por: Edgar Henriques Estamos quase no final do primeiro mês do ano de 2012 e em fevereiro vão ter inicio as primeiras competições oficiais de surf e bodyboard. Logo os atletas estão em fase de pré época, tendo iniciado o seu primeiro ciclo de treinos para preparação da sua época desportiva. Paralelamente ao treino, eles tem de tratar dos aspetos burocráticos, mais designados por “papelada”, que são o Exame Médico Desportivo, o preenchimento da Ficha de Atleta para inscrição na Federação, o associar-se a um clube, pois a federação não aceita a inscrição de atletas individuais, mas para o atleta se inscrever por algum clube, este tem de se filiar na respetiva federação no ano corrente, para ser reconhecido e agregar assim os atletas. Segundo as regras da F.P.Surf, o processo de licenciamento de atletas, tem de dar entrada na federação 10 (dez) dias antes da data da realização da 1ª prova oficial da época, como o primeiro evento do Campeonato Nacional de Surf de Esperanças se vai realizar de 18 a 20 de fevereiro, na Costa da Caparica, os atletas estão em luta contra o tempo, a fim de conseguir tratar de toda a “papelada” necessária para a respetiva inscrição. Após ter falado com alguns pais de atletas que no ano passado representaram o PPSC, e tentar avaliar a situação para o ano de 2012, fiquei desconfiado que a vida dos surfistas de Peniche não estaria fácil. Hoje mesmo, dia 24 de janeiro, realizei um contacto telefónico com a F.P.Surf, para saber se o Península de Peniche Surf Clube já estava filiado para o ano de 2012, ao qual a funcionária da secretaria me respondeu que não. Com esta informação conclui que a vida dos surfistas de Peniche está mesmo difícil e mesmo sem solução à vista. Os atletas têm intenção continuar a representar o clube da Capital da Onda, mesmo sem apoios, ambicionam continuar, mas agora já não depende deles. Vou até mais longe no caso de os atletas de “Peniche”procurarem resolver a sua vida passando a representar outros clubes, a culpa não será deles, mas sim de quem não fez nada por resolver esta situação do clube local, que se arrasta há mais de um ano. Será que ninguém está preocupado com o surf e com os surfistas de Peniche? Será que ninguém quer apoiar os atletas, pelo menos os jovens deviam merece-lo, pois são daqueles que “correm por gosto” e não se cansam. Mesmo sem um clube organizado e com a ausência de apoio, os jovens surfistas gostam de representar Peniche, e penso que nunca fizeram exigências algumas, apenas necessitam dos “serviços mínimos” para poder continuar a surfar e competir, quê é provavelmente aquilo que mais gostam de fazer na vida. Mas a vida de um jovem surfista em Peniche não é fácil, pois a única facilidade que tem é aquela que a natureza lhes dá as ONDAS. Porque não existe em Peniche um projeto de treino, aperfeiçoamento e acompanhamento em competição direcionado para os jovens atletas. Esta é uma realidade e uma grande lacuna existente na Capital da Onda. Alguns jovens atletas que estão interessados em evoluir, tem de procurar apoio técnico em paragens mais distantes, segundo conhecimento que tenho uns direcionaram-se para a “Linha”, Carcavelos ou Guincho, outros para a Ericeira, locais de treino que são muito longínquos e só permite aos atletas treinar do fim de semana. Sendo que estamos a falar de investimento dos pais dos atletas, pois pagam para os seus filhos terem o tão precioso acompanhamento técnico. Mas penso que estariam dispostos a pagar em Peniche no caso de aparecer algum projeto credível de treino. Será que alguém quer apostar no futuro dos jovens surfistas de Peniche? Não seria para trabalhar de “borla”, mas sim recebendo o justo valor pelo trabalho desenvolvido. Já que não temos clube para dar início a um projeto, haverá alguma entidade ou empresa que queira lançar um projeto que possa acolher os surfistas jovens de Peniche e dar-lhes algum apoio? Provavelmente num futuro muito próximo, poderia haver retorno, pois a qualidade dos surfistas de Peniche haveria de ser muito melhor, bem como poderia também surgir um crescimento no número de atletas. Tenho tentado ajudar, estarei disponível para continuar a fazê-lo, mas não me quero intrometer, pois não resido em Peniche, embora passe muitos dias por ai. Apenas o faço porque o meu filho é atleta do PPSC, se ele tiver de mudar de clube por força maior, naquilo que depender de mim, voltará no dia em as condições assim o permitam. Já agora deixo uma ideia às entidades e empresas com envolvimento e responsabilidade no Surf Penicheiro, que seria a realização de um encontro/debate cujo tema seria abrangente e o título poderia ser: SURF PENICHEIRO QUE FUTURO?
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Novembro 2016
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