Escrito por: José Miguel Nunes Estamos a dois dias de começar mais uma etapa do “World Tour” em Peniche, a prozada está a chegar, e é preciso ter tudo montado a tempo e horas. No seguimento do que tenho feito nos anos anteriores, tive oportunidade de observar de perto a montagem da estrutura que está a ser colocada na Praia dos Supertubos. Acho muito sinceramente que houve uma preocupação acrescida por parte da organização, em minimizar os impactos ambientais que qualquer estrutura com estas dimensões provoca num ambiente natural como é aquele, pois é inevitável que haja impactos, podem é ser tomadas medidas que os minimizem. A estrutura em frente ao pico, está assente numa plataforma sobrelevada na duna, com uma altura que em alguns locais ultrapassa o metro de altura, o que no meu ponto de vista protege e não interfere de modo significativo com as areias nem com o coberto vegetal que as sustenta. Gostaria de acrescentar ainda, a preocupação em fazer a montagem a partir da praia em direção à duna, e não ao contrário, o que permitiu que o impacto de pisoteio tenha sido até agora reduzido. Apraz-me também registar que tem sido utilizado única e exclusivamente o trilho existente na parte de trás das dunas para a deslocação motorizada. Já não tenho a mesma opinião relativamente ao que está a acontecer nas estruturas ao início da praia, que apesar de a dimensão ser inferior à do ano passado, está a deslocar grandes quantidades de areia para aquele local, o que no meu ponto de vista não é benéfico, e muito menos necessário, pois poderiam facilmente criar uma estrutura também de sobrelevação para as assentar, sem necessidade de mexer nas areias da forma como estão a fazer. No entanto, de um modo global, julgo que nesta fase de montagem, estão a ser tomadas medidas de minimização dos impactos ambientais, o que é positivo. Esperemos que durante o decorrer da prova, e na fase da desmontagem, tenham a mesma preocupação, e que não repitam os erros do passado, pois se assim for, também cá estaremos para os divulgar, sem nos intimidarmos, nem com recados vindos pelas mais variadíssimas vias, nem com relatórios encomendados e muito menos com “lobbies” de imprensa. Agora, que venham as ondas, e que o espectáculo comece.
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Escrito por: José Miguel Nunes A desinformação de quem escreve sobre determinado assunto, aumenta a probabilidade de retirar conclusões precipitadas e muitas das vezes erróneas. Dou um exemplo muito concreto, no “blog” PENICHE MINHA TERRA, em 14 de Agosto de 2013, saiu um “post” intitulado MUNICÍPIO ASSINA PROTOCOLOS, e que passo a transcrever: Segundo a 102 FM Rádio! “Um dos protocolos foi assinado com o Península de Peniche Surf Clube. Esta parceria visa a colaboração entre as duas entidades nos domínios da formação, investigação, desenvolvimento e promoção do surfing. Este ato marca ainda a instalação do clube no Centro de Alto de Rendimento de Surf de Peniche. Paulo Ferreira, presidente do PPSC, reforçou o papel social do clube.” A notícia que reproduzo merece-me, à partida, um comentário pouco concordante com a atitude assumida pelos responsáveis da edilidade. Não conheço os elementos que compõem o clube que teve o privilégio de ficar com a concessão da posse do Centro de Surf e, em boa verdade, esta minha lacuna em nada prejudica o que me veio à memória quando conheci a notícia reproduzida. O Centro foi construído com dinheiros públicos e existem outros clubes dedicados ao surf no nosso concelho, porquê a instalação deste nas instalações públicas? Estou convencido que não vai dar certo mas o futuro o dirá. Às vezes o sentimento de posse do que é público não permite que se pense bem as atitudes a tomar e surgem situações pouco claras. Passo a explicar: 1º - “…o clube que teve o privilégio de ficar com a concessão da posse do Centro de Surf…” – ISTO NÃO É VERDADE, nem está escrito em nenhum lado, o clube (PPSC – Peniche Surf Clube) apenas instalou a sua sede num dos gabinetes, algo definido desde o início na proposta de construção do próprio CAR; 2º - “…existem outros clubes dedicados ao surf no nosso concelho…” – ISTO NÃO É VERDADE, não existe no nosso concelho mais nenhum clube dedicado ao surf. O PPSC – Peniche Surf Clube é o único, devidamente oficializado (DR III Série, nº 2 de 19 de Fevereiro de 2001), e associado da Federação Portuguesa de Surf (FPS), único organismo a regulamentar esta actividade em Portugal. Este pequeno apontamento pretende apenas esclarecer os factos e não qualquer tipo de interpretação dos mesmos. Escrito por: Lisa Marques O Moche Pro Portugal está de volta, e com ele a euforia por parte de uns, e o descontentamento por parte de outros. Se é questionável os contributos económicos que um evento desta dimensão tem para a população local, os malefícios para os ecossistemas, resultantes de um evento desta magnitude são inegáveis. Apesar da tentativa de minimização dos impactos negativos do evento, e da melhoria da estrutura ano após ano, assistimos a uma degradação do local, consequência da mobilização em massa para os locais da prova. Apesar da faixa de 10m com a mensagem “dont walk on the dunes”, e do acesso vedado às dunas, de forma a impedir o pisoteio por parte dos espectadores, o “staff” parece ter sempre livre acesso. Não houve ponderação em atalhar caminhos com “pick up’s” por entre as dunas, para facilitar a chegada de materiais e de VIPS!!! No pós evento do ano passado falou-se de incumprimento, irresponsabilidade, inconsciência e leviandade na montagem e desmontagem de estruturas, e apesar da estrutura elevada, questiono, não só a forma como esta estrutura chegou e como partiu do local, mas também a sua dimensão (é realmente necessário tanta coisa na praia? Bem sei que o tuga sofre do complexo de inferioridade, e quer sempre sonhar em GRANDE... mas...continuo a achar que a moderação, neste caso é sinónimo de inteligência e racionalidade....!). Enquanto surfista frequentadora de um dos melhores, ou o melhor, “beachbreak” da Europa, e entre os melhores do mundo, reconheço a importância da preservação do sistema dunar como caminho para a preservação da qualidade da onda. A qualidade da onda dos Supertubos depende inteiramente da qualidade da duna que a sustenta e alimenta, e qualquer dragagem pode comprometer a médio/longo prazo a sustentabilidade da onda, uma vez que mexe com os fundos, que sendo de areia, são móveis. O sistema dunar é extremamente frágil, e quando a vegetação é constantemente pisada a ponto de desaparecer, a areia solta não oferece resistência e o vento acaba por espalha-la, iniciando o chamado “blow-out”, que avança rapidamente e que em casos extremos pode por em risco todo o sistema dunar. Se o simples pisoteio pode ter estas consequências, o que dizer de uma instalação artificial? A destruição total da vegetação em grandes áreas transforma uma duna fixa numa duna móvel, pondo-a à mercê da vontade do vento...O desfecho deste encontro de factores leva, em muitos dos casos à destruição do sistema dunar.... No ano passado, e à semelhança dos anos anteriores, para além de todo o lixo deixado na praia, o pisoteio nas dunas foi devastador (e posteriormente reposto). Quanto ao lixo deixado para trás, podiam encontrar-se desde madeiras a pedaços de ferros, tubos de plástico, caixas de cartão e diversos materiais de construção, que estiveram na origem da polémica sobre a sustentabilidade ambiental do evento. Pois bem, se bem me lembro, e recorrendo às minhas cábulas, as fotografias que lançaram a polémica foram tiradas antes do término oficial da remoção de estruturas e limpeza por parte da organização. No entanto, esses resíduos foram deixados durante o fim de semana à mercê dos ventos e marés, para que apenas na segunda feira, dia 29, se desse término às acções de limpeza, portanto considero que as questões levantadas foram, de facto, muito pertinentes. No último dia de limpeza, a “esperteza saloia” achou por bem passar o tractor que remexeu por completo a areia, e em vez de recolher os resíduos pequenos, os enterrou... As semanas seguintes, meses seguintes, foram reveladores. Cada vez que vou aos Super, mas sem excepção e sem exageros, recolho braçadeiras da areia... Percebi também que durante o evento não foi dado qualquer destaque às organizações ambientais, que apesar de estarem presentes, mal se fizeram notar... e que contava com a presença da SOS – Salvem o Surf e Surfrider Foundation. A Rip Curl Planet (Organização para fins Ambientais criada pela Rip Curl, lá organizou uma limpeza nas arribas de Peniche. Fica sempre bem a Rip Curl levar os seus atletas a dar uma "mãozinha".... ou melhor, a sorrir para a foto ao lado dos voluntários, e eu sei porque estive lá (2h a recolher lixo que os pescadores deitam borda fora, e que vai inevitavelmente parar a estes locais quase inacessíveis!) ......!!!! Depois todo o marketing da organização nos dá a ilusão de responsabilidade ambiental.... ILUSÃO SIM....porque quem esteve lá foram os de sempre.... os assíduos no voluntariado ambiental, realmente sensibilizados para a problemática dos resíduos aquáticos... O problema numa etapa do WT são os danos que causa nos locais de prova... o resto é só para passar o paninho....! enquanto na praia, os milhares de espectadores continuam a deixar o copinho da cerveja e do café na areia.....! Não foram feitos apelos pelo “speaker” para os espectadores depositarem os resíduos nos caixotes do lixo, que eram quase uma miragem...! obviamente que o resultado foi milhares de copos de plásticos deixados na areia no final de cada dia de evento... Gostava muito que houvesse uma política mais responsável, que não se deixasse abafar pelo “calor do momento”, porque a prozada vem e vai, e quem fica com o prejuízo somos nós... Se algum dia os Super morrerem, ou outros valores se levantarem, eles mudam-se para outro pico qualquer... e nós ficamos com a memória, as lembranças de altos tubos nos Super... obviamente que estou a dramatizar a situação, mas o que quero ressalvar é que nós temos que proteger o que é nosso, aquilo que amamos, porque os de fora usam, abusam, estragam e depois trocam... e no meio deste festim ainda compram uma t-shirt oficial do Rip Curl na tenda da Rip Curl, almoçam na roulotte dos “hotdog lovers”, tomam café na tenda da Boundi e comem 2 bolas de gelado na roulotte do Santini, e vão-se sem sequer chegarem à rotunda da santinha e cheirarem a sardinha na brasa dos restaurantes da Avenida do Mar, e os 7 milhões passam-nos quase ao lado.... Capiche!!! O que me chateia não é a chegada da prozada, nem a realização de uma etapa do “World Tour” em Peniche, o que me chateia é a leviandade com que fazem as coisas em termos ambientais. Quase como se pensar nestas questões seja um frete (e é), porque depois vêm os tolinhos dos ambientalistas....! Obviamente que é impossível que não hajam impactos negativos num evento desta magnitude, mas às vezes gostava que os nossos dirigentes protegessem o património natural com mais afinco e vontade, de forma a perpetuar as riquezas de um território, que mesmo após o término de um “mandato” vai continuar a existir, e que, no nosso caso, é quase a única fonte de riqueza de uma pequena cidadela de pescadores. Gostava que conseguissem dizer “NÃO”, não como sinal de fraqueza, mas de racionalidade. Gostava que a necessidade de visibilidade fosse mais humilde, não como sinal de pequenez, mas como sinal de inteligência. Gostava que a sustentabilidade dos recursos naturais fosse mais importante que os interesses económicos. E já que estou numa de pedir, E GRANDE (sonha, sonha), gostava que a industria do surf olhasse para as raízes, e que percebesse que o surf há muito que se afastou da origem, e que o respeito pelo meio ambiente, na sua génese, está agora a um canto.... mas o que sustenta o surf? É a qualidade do meio natural! Penso que nenhum de nós consegue imaginar-se a surfar com mascaras de oxigénio ou com mascaras e fatos de protecção contra o contagio pela água... mas esta realidade não está assim tão longe.... Ahhhhh, pois é... mas agora o que está na moda são as piscinas de ondas....!! damn… Escrito por: José Miguel Nunes É realmente indecente o modo como o surf penicheiro e os surfistas de Peniche são tratados pelos meios de comunicação da especialidade. Dá a ideia que existe uma espécie de “complot” montado para tratar de modo diferente os surfistas de Peniche relativamente aos restantes, e isto acontece com alguma frequência. Tive oportunidade de denunciar neste espaço esta situação relativamente ao atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, GUILHERME FONSECA aquando do tratamento diferenciado que recebeu no site SurfTotal, agora aconteceu o mesmo no site BEACHCAM. Isto é completamente indecente, e altamente prejudicial para o atleta, não é possível que isto aconteça, e passo a citar: “Assim, Vasco Ribeiro, Jácome Correia, Miguel Blanco, Francisco Alves, João Kopke, Tomás Fernandes e Luís Perloiro estreiam-se no round de 64.” Até parece que o GUILHERME FONSECA, que por acaso até está na mesma bateria do Miguel Blanco, não conta, que não é também português, que não está também a representar as cores nacionais. Só pode ser assim tratado por ser um surfista de Peniche.
ISTO revela uma enorme falta de profissionalismo, ou então é propositado. TENHAM VERGONHA... Escrito por: José Miguel Nunes É a segunda vez em pouco mais de uma semana que o “site” SURFTOTAL, discrimina o atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, Guilherme Fonseca. A SURFTOTAL, é uma referência no meio jornalístico do surf em Portugal, tem portanto responsabilidades acrescidas em tudo o que publica, e ultimamente tem cometido “gaffes” que não são desculpáveis, e não sei se é azar, mas o prejudicado tem sido sempre o atleta de Peniche, Guilherme Fonseca. Este tipo de erros é altamente prejudicial para com o atleta, pois é na imprensa especializada que o retorno é dado tanto ao próprio, como aos seus patrocinadores, treinadores, etc, etc… Erros, toda a gente comete, basta para isso fazer, só quem não faz, é que não erra, agora cometer repetidamente o mesmo erro, é que já não é desculpável. Não confundamos erro, com mau profissionalismo, e AQUI é um caso claro de mau profissionalismo, tendo a notícia mais do que uma “gaffe”. O “site” SURFTOTAL, por alguma razão começa a ser pouco confiável relativamente às informações que transmite, nomeadamente, aquelas que têm directamente a ver com os surfistas de Peniche. Se é esquecimento, revela falta de competência, se não é, para além de falta de competência, revela ainda falta de imparcialidade.
Tanto numa como noutra notícia, não foi nunca apresentado um pedido de desculpas publico pelo erro cometido, pois não chega eventualmente telefonar ao atleta a desculpar-se, não, têm o dever de o fazer publicamente no mesmo local onde cometeram o erro. É assim que deve ser, e não foi feito. A SURFTOTAL com atitude discriminatória relativamente ao jovem surfista de Peniche Guilherme Fonseca19/7/2013 ATUALIZAÇÃO: Foram apenas precisos 10 minutos para a rectificação ter sido feita. O nome do atleta de Peniche, GUILHERME FONSECA, já consta da referida notícia. Isto no entanto, não invalida nada do que escrevi em baixo, e acrescento agora, se foi esquecimento, demonstra apenas falta de profissionalismo. ____________________________________________________ Não é a primeira vez que demonstro o meu desagrado perante o teor de algumas notícias postas a publico pelo “site” de surf, SURFTOTAL, que considero discriminatórias relativamente ao surf e aos surfistas de Peniche. “Jácome e João continuam a precisar de votos para estarem presentes na final internacional do King of the Groms!”, é este o título da notícia saída hoje na SURFTOTAL. O “site” SURFTOTAL, continua a demonstrar má fé e total discriminação para com o surf e para com os surfistas de Peniche. Digo-o muito directamente para que não restem dúvidas, pois não é a primeira vez que acontece. Têm estado a votação os vídeos que apuram 15 finalistas para final internacional do King of the Groms (KOTG), como aqui fizemos referência. É completamente inadmissível que a SURFTOTAL, um dos “sites” de surf mais vistos, senão mesmo, o mais visto em Portugal, tenha o descaramento de publicar uma notícia de apelo ao voto, e fazê-lo unicamente para dois dos atletas e não para os três portugueses que se encontram a concurso. Qual a razão de o GUILHERME FONSECA, atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, campeão nacional em título de Sub-16 e Sub-18, ficar de fora deste apelo. Não há explicação para esta discriminação, não há explicação para que o surf e os surfistas de Peniche continuem a ser discriminados e mal tratados desta maneira pela SURFTOTAL. ISTO É UMA VERGONHA...
Veio a público nos últimos dias, tanto na imprensa nacional como estrangeira, a possibilidade de construção de uma piscina de ondas em Peniche. Se nuns casos, os títulos das notícias são na mesma linha dos textos, noutros nem tanto, e aparecem títulos completamente desvirtuados da realidade, gerando impactos altamente mediáticos. Aliás, a própria notícia vinculada no “site” da Câmara Municipal de Peniche (CMP) tem esse propósito. Na notícia AQUI colocada a publico pela CMP no seu “site” oficial, em nenhum lugar está escrito que se vai construir uma piscina de ondas, o que está escrito é que a Câmara aprovou, e passo a citar, “…os termos de referência para a elaboração de Plano de Pormenor que visa acolher um Parque Temático, que terá uma piscina de ondas como projecto âncora”, é isto que está lá escrito, nada mais, ou seja, aprovou a elaboração do plano, só isso, nem sequer há ainda nenhum plano aprovado, só a elaboração do mesmo, sendo que, e volto a citar, “a área de intervenção localiza-se na região do tombolo que liga Peniche ao Baleal, confina a Norte com a EM 578 e a Sul tem como limite físico parcial o IP6 e incide sobre uma área de aproximadamente 280 hectares, nas freguesias de Atouguia da Baleia e Ferrel”, por outras palavras, a vulgarmente conhecida Quinta dos Salgados. Tudo o que se disser para além disto é pura especulação. Os 70 milhões de euros e a centena de postos de trabalho, referidos na mesma notícia, são claramente os itens que a permitem mediatizar e que entram pelos olhos dentro dos eleitores, servindo para desviar o foco do essencial, que na minha opinião, é tudo isto estar ainda no campo das hipóteses. Assim, a pergunta que fica no ar é: Porque razão se divulga algo que não passa de uma hipótese, acenando com milhões de investimento e dezenas de postos de trabalho, que podendo ser uma realidade, não podem no entanto neste momento “preto no branco” dizer-se que são reais. Não vi em lado nenhum naquela notícia o nome do investidor (diz AQUI que é Australiano), nem poderia ver, pois nada ainda está aprovado, exceptuando a luz verde para a elaboração do plano. E se este depois de concluído não é aprovado? E se é aprovado, mas com limitações que inviabilizem o interesse do investidor? Há ainda muita coisa que não está, nem pode estar, num estado tal de certeza, que permita lançar estas notícias, criando espectativas às pessoas que podem sair defraudadas. Isto é pura propaganda política. Vamos então tentar esquematizar. Temos a certeza de duas coisas: 1 - A aprovação da elaboração do plano de pormenor; 2 - Que a área de intervenção é a Quinta dos Salgados. Para além disto especula-se por AQUI, que além da piscina de ondas, o investidor pretende ainda construir um campo de golfe e um hotel de cinco estrelas. Não sei se esta última informação tem a ver com, e passo mais uma vez a citar a notícia da CMP, “Associadamente estão previstas instalações para a prática de diversas modalidades desportivas ao ar livre e unidades de alojamento que constituirão um parque turístico-desportivo desenvolvido no conceito de ecoturismo”. Tenho algumas dúvidas na ligação do golfe ao conceito de ecoturismo. Chegados a esta fase, o ponto de situação é o seguinte:
1 – O projeto não tem sustentabilidade e nem sequer sai do papel; 2 – O projeto tem sustentabilidade e interesse por parte do suposto investidor e avança. No primeiro caso, era a confirmação da teoria propagandística, e alguém sairá muito mal na fotografia se assim for. No segundo, partindo então do princípio que o projeto tem pernas para andar, só existe um de dois desfechos, ou a coisa corre bem, e toda a gente ganha rios de dinheiro, ou ao invés, a coisa corre mal, e o investidor perde o seu dinheiro, mas isso é um problema que é do investidor, e não me preocupa muito. O que me preocupa é, corrermos o risco de ficar com uma estrutura enorme votada ao abandono, a degradar-se, com um enorme impacto visual, que dificilmente alguém pegará novamente, tal é a sua dimensão, tendo por outro lado destruído um terreno sensível ao nível ambiental, que fica completamente inutilizado para outro fim que não seja o imobiliário. Isto tem que ser muito bem ponderado. Em cima da mesa têm de estar todos os cenários, e existir um plano de “backup” credível para o pior deles. Setenta milhões de euros não se rentabilizam em meia-dúzia de anos, isto são projetos a 15, 20 ou mais anos, e não é uma piscina de ondas que serve para rentabilizar um projeto destes, ainda que acreditando nos números generosos apresentados no “site” de uma das tecnologias apontadas AQUI como ideal para o efeito. Estou convicto que só a nível de especulação imobiliária isto poderá ser rentável. Espero que este investimento não extravase em termos de construção, para a frente de praia da nossa onda rainha, local bem apetecível por parte destes investidores, com os constrangimentos daí inerentes e que não fiquemos, agarrados a conceder autorizações de construção de tudo e mais alguma coisa para salvarmos o investimento numa piscina de ondas, que ao contrário do que vem na notícia da CMP não contribui para a redução da sazonalidade, vamos lá ser verdadeiros, o que contribui para a redução da sazonalidade, é o surf, não é a piscina. Muito sinceramente, apesar da dimensão, do local, do meio envolvente e do risco inerente, não posso dizer que me escandalize um empreendimento deste tipo em Peniche, pelo contrário, que não sendo essencial, poderá ser um bom complemento, reforço, complemento, à nossa oferta turística, baseada no surf. Ressalvo no entanto, que me reporto unicamente ao que está na notícia da CMP (e que é manifestamente pouco), onde não há qualquer referência específica, por exemplo, a campos de golfe, sendo o conceito baseado no ecoturismo (apesar do termo mais indicado possivelmente não ser este, percebo a ideia que pretende transmitir). Essencialmente é necessário ter bastante cuidado em termos das contrapartidas para com o investidor. Se assim for, venha de lá essa piscina de ondas, que eu já estou a ficar velhote, e começa-me a cansar ter de levar com elas em cima para chegar ao pico. Fui assistir no passado dia 26 de Junho, ao DN MAR 2013 – DESPORTO, uma iniciativa do Diário de Notícias, que promoveu um debate em torno do surf. Quanto ao teor das intervenções, fiquei um pouco baralhado, pois a determinada altura já não conseguia perceber se estávamos a ouvir um debate sobre a vertente turística do surf, ou se sobre a vertente desportiva do surf, é que são coisas diferentes e bastante distintas, com “targets” diferentes e políticas de investimento necessariamente diferentes. Tirando as intervenções da praxe do não há dinheiro por parte de uns, e o de tem de haver pela parte de outros, houve algo que ficou bem explicito, e que mereceu a concordância geral, a internacionalização é fundamental para potenciar o surf tanto na vertente desportiva como na vertente turística, mas isto é algo que já nós todos sabemos, não foi assim grande novidade, eu estava era à espera que dissessem como, e isso não aconteceu, aliás, o Sr. Secretário de Estado disse o seguinte: “a rede de CAR’s (Centros de Alto Rendimento) tem que ser optimizada dentro do quadro de apoio para a internacionalização”… fiquei na mesma… aliás eu por norma fico sempre na mesma quando algum político fala, mas isso deve ser um problema meu. Mas já que falamos em CAR, vamos lá então dizer as coisas de modo simples, que é normalmente aquilo que os “experts” não fazem, e se forem políticos pior, arranjam sempre maneira de explicar as coisas de forma tão complicada que ninguém percebe do que estão a falar, pelo menos comigo acontece. O problema dos CAR, e refiro-me especificamente ao de Peniche (aproveito para relembrar que fui e sou um acérrimo defensor desta estrutura em Peniche), é que se arranjou dinheiro nalgum quadro comunitário de apoio, e tomem lá para fazerem a casa, e fez-se, gastou-se cerca de um milhão e meio de euros, coisa pouca. E agora, a casa está feita e ninguém sabe como pôr aquilo a funcionar. E porquê? Simplesmente porque ninguém fez antes, um plano de gestão para ver como é que a coisa ia funcionar depois da obra feita, onde se estimassem despesas fixas e variáveis, planos de manutenção, quais as valências a implementar, os equipamentos necessários, os recursos humanos especializados e não especializados para as executar e potenciar, base de dados de potenciais utilizadores, preços de utilização, meios de promoção, etc, etc, etc. Nada disto foi feito, e o resultado é o “estaminé” estar inaugurado e fechado desde Outubro de 2012, tendo servido para um estágio, duas ou três reuniões e pouco mais nestes nove meses de existência. Este é que é o real problema. Para arranjarem um milhão e meio de euros para fazer a casa foram uns espertos, agora para arranjar maneira de pagar salários e colocar pessoas a trabalhar lá de modo a que o investimento possa ser rentável já é um problema, e não há dinheiro, e a crise assim e a “troika” assado. O problema é que a casa inaugura-se, mas os postos de trabalho não. Agora aí está mais um plano brilhante de internacionalização. Internacionalizar o quê? O CAR está fechado, não há nada para internacionalizar, dêem trabalho às pessoas e ponham aquilo a funcionar, sejam responsáveis por criação de trabalho efectivo, exijam responsabilidade e dêem responsabilidade a quem quer que vá para lá trabalhar, que a internacionalização vem por acréscimo e naturalmente. O CAR não é um Hostel nem um SurfCamp, e se continuarmos a pensar que o melhor que aquele espaço tem, são os beliches em quartos com fotografias de surf na parede para a malta dormir, então o resultado não será com toda a certeza positivo. O CAR tem potencial de rentabilidade, mas para isso tem que estar aberto e a funcionar, com as valências próprias de um centro de alto rendimento, porque fechado como está, só dá é despesa, e cada vez mais. O Sr. Presidente da Câmara disse a este respeito: “o município vai liderar sempre o processo do CAR”, concordo plenamente, e espero que assim seja, mas que o comece a fazer efectivamente e o mais rápido possível. O “enfant terrible” João Capucho, meteu mais uma vez o dedo na ferida, aliás como é seu apanágio em qualquer debate onde participa (João, qualquer dia deixas de ser convidado para estas coisas), e numa palavra resumiu o que falta no surf português (e não só): organização. A burocracia é enorme, existem uma série de instituições com poder de decisão sobre as várias áreas onde o surf se movimenta, que não estão minimamente coordenadas. É uma confusão de licenças e autorizações, que ninguém sabe muito bem onde começa e acaba a autoridade de cada um. Como sugeriu o João Capucho, um SIMPLEX para o surf é uma excelente ideia. Mas, não facilitemos, é urgente legislar especificamente em função do surf para que isto funcione, e não é com medidas isoladas de desburocratização que lá vamos, correndo o risco de com isso, baixar os níveis de qualidade que todos achamos que a oferta no surf tem de ter. Os “surfcamps” e “surfschools” a nascerem como cogumelos por todo o lado são um bom exemplo disto mesmo. O surf em Portugal está ainda muito longe da mais-valia que pode ser para o País, mas para que o seja, temos de evitar a todo o custo vender a “alma ao diabo”, e não cairmos nesta onda economicista de que vale tudo para ganhar dinheiro, e quanto mais depressa melhor. José Farinha apelidou Portugal de Califórnia da Europa, conceito correto na questão da qualidade e diversidade de ondas, bem como ao nível do clima. A questão da tradição de praias privadas, existente na Califórnia, que nós não temos (espero que nunca venhamos a ter), e neste sentido não posso entender o surf como um espectáculo privado, o João Capucho que me perdoe, mas aqui não posso concordar com ele, quando fala em cobrar bilhetes para ir à praia ver um campeonato de surf. No dia em que isso acontecer o surf perde grande parte do seu encanto, da sua vivência, e da sua diferença, o que potenciará o decréscimo motivacional para o consumo de produtos associados. Um miúdo, por exemplo, gosta de roupa “à surfista”, não só por ser bonita, pois também existem roupas bonitas noutros segmentos, ele gosta da roupa “à surfista” porque implicitamente esta está associada a conceitos como liberdade, rebeldia e irreverência, pois é isso que o surf na sua essência é, livre, rebelde e irreverente. A praia é a praia, onde todos nós, surfistas, nos misturamos sem qualquer tipo de barreiras, ali na praia somos todos só uma coisa, surfistas, livres, rebeldes, irreverentes, nada mais. O surf tem um “lifestyle” associado que tem que ser preservado, e se isso se perder, na minha opinião, perder-se-à tudo o resto. Falou-se de sustentabilidade neste debate, mas a sustentabilidade, para além da componente económica e ambiental tem ainda outro pilar, o social, e este é frequentemente esquecido pelos “experts” que definem o rumo a tomar nesta área, e mais, nesta componente social, as populações locais são um item fundamental. É importante medir os níveis de satisfação de todos os elementos desta trilogia, e não apenas o económico, para assim podermos de modo não massificado explorar este segmento, potenciando o seu desenvolvimento sustentável. No meu ponto de vista qualidade em detrimento de quantidade. Apenas duas notas para terminar, primeiro, considerei uma enorme deselegância, para não lhe chamar arrogância, o facto de não terem aberto uma janela de tempo à intervenção do público, segundo, foi pena não haver ninguém na mesa especialista em turismo, estávamos na Escola Superior de TURISMO e Tecnologia do Mar, não teria sido difícil. Escrito por: Paulo Ferreira Tenho acompanhado a evolução do Surf em Portugal enquanto desporto organizado, fazendo há largos anos parte integrante do movimento associativo, e nunca como agora, este desporto teve tanta visibilidade e tanto impacto na nossa economia. O Surf é hoje um produto sexy, em que algumas das maiores empresas nacionais investem alguns dos recursos disponíveis para patrocínios e publicidade, pois sabem que têm um retorno superior aos tradicionais eventos onde têm estado envolvidas. Estes apoios são extremamente importantes, dado que algumas das big ones especializadas neste desporto atravessam graves dificuldades, lutando pela sua sobrevivência. A entrada de novos players poderá ter, no entanto, efeitos perversos, pois desvirtualiza aquilo que realmente é importante e que está intimamente relacionado com a cultura do surf, que é o facto de os eventos se realizarem em locais referenciados para proporcionarem boas ondas aos competidores e espetáculo garantido para quem assiste. Veja-se os exemplos recentes, mas este assunto já foi amplamente debatido. A Federação Portuguesa de Surf tem tido, desde a sua fundação em 1989, um percurso sinuoso e que infelizmente raramente acompanhou a evolução das modalidades que representa. Chegamos a uma situação tal, que no corrente ano, nem as competições que envolvem a formação dos jovens atletas, como o caso dos circuitos nacionais de esperanças são apoiados pela estrutura federativa, por falta de patrocínios. Dos projetos dos Centros de Alto Rendimento (CAR), apenas aquele que não estava incluído na listagem inicial e oficial da FPS, o de Peniche, tem alguma atividade e está pronto a funcionar. No relatório referente a 2012, apenas é dedicado um pequeno parágrafo sobre este que é, provavelmente, um dos temas mais quentes da atualidade. Estão criadas associações de representação de classe, como a dos surfistas, dos bodyboarders, dos juízes, dos treinadores, mas em minha opinião não é promovida, nem existe articulação entre elas, sendo esta promoção da responsabilidade da FPS. Anunciam-se alterações aos estatutos, mas não foram dadas a conhecer aos federados, o que impede os interessados de efetuarem uma análise prévia para poderem emitir uma opinião fundamentada, votarem de plena consciência ou em boa verdade poderem contribuir de forma positiva para essa alteração estatutária. Hoje mesmo decorre a gala anual da federação, mas os clubes, pelo menos alguns, não foram convidados para a gala que celebra o movimento federativo e associativo em Portugal. Sabemos que existem restrições orçamentais, mas isso não impede de enviar um convite para os clubes e que quem quisesse participar teria de pagar. No limite um e-mail a informar os clubes que a gala se iria realizar e qual o programa. Faço notar que quando refiro neste texto que os clubes não foram informados, convidados, etc, estou a assumir que como o PPSC não foi informado, convidado, etc, os outros também o não foram. Em ano de eleições marcadas fora de prazo, pois a direção vai entrar em funções no segundo quadrimestre do ano, o atual presidente anuncia a sua não recandidatura, em minha opinião demasiado tarde, mas mesmo assim com alguma margem para que rapidamente surgissem as candidaturas que já andavam a ser preparadas. Apresenta-se apenas uma lista para o sufrágio de dia 28 do corrente. Todo este secretismo que se gerou, com candidatos a candidatos, que no final nunca o foram, o “vou-não vou”, o “não sei de nada, mas quando souber digo” e por aí fora, só revelou uma falta de respeito para com a FPS enquanto instituição e com todos os seus federados. Afinal do que é que as pessoas têm medo? Em relação à lista que se apresenta a votos, a expectativa é grande e as pessoas que conheço, julgo serem bons profissionais. Não posso deixar de estranhar, que pouco ou nada se saiba do programa da lista para o próximo mandato. Pessoalmente tenho algumas dúvidas, e as pessoas com quem já tive oportunidade de falar sobre este assunto, incluindo membros de direções de clubes, pouco ou nada sabem de forma a me esclarecerem, o que é estranho, pois os clubes são a base do desporto e pilar fundamental das federações. Seria importante que ainda antes das eleições, fosse divulgado o que pensam os futuros responsáveis da FPS quanto a temas prioritários, como por exemplo a questão dos CAR, formação, circuitos nacionais, seleções, relacionamento com as associações de classes, fenómeno do crescimento exponencial das escolas de surf e surfcamps, modelo organizativo, estratégia, etc, etc, etc. Enfim qual o plano, qual o programa. É que se assim não for, e se só no dia 28 for apresentado, não haverá tempo para esclarecer todas estas questões. Levanto estas dúvidas com o devido respeito pelos candidatos, mas normalmente quando existem listas únicas, as linhas programáticas tendem a ser vagas e generalistas, com poucos compromissos assumidos. Poderão alegar que o segredo é a alma do negócio, e que haveria necessidade de as coisas serem assim, mas essa justificação, neste caso concreto não é válida. Não deveriam estar já a contactar com os clubes e outros federados? Urge que seja cabalmente esclarecida por quem de direito, a questão da empresa Natural Factor, que está refletida nas contas da FPS, pois existe algum ruído em relação a esta questão, prejudicando a imagem dos envolvidos. Um dos principais visados desta “conversa de alcatifa” é candidato a um dos órgãos federativos. Esta é a minha opinião pessoal, e não vincula em nada a posição do clube do qual sou dirigente, relativamente a estas matérias. Escrito por: Edgar Henriques Está marcada a data para a Assembleia Geral Ordinária na qual vão ser eleitos os próximos Corpos Sociais da Federação Portuguesa de Surf, em minha opinião esta assembleia realiza-se muito tardiamente, porque segundo a nova legislação das federações com estatuto de utilidade publica desportiva, obriga a que as federações realizem as suas eleições até ao mês de Dezembro do ultimo ano de mandato, que coincide com o ano final de um ciclo olímpico ou seja no 4º ano e ultimo do mandato. Segundo aquilo que consegui avaliar, todas, ou quase todas as federações com o estatuto acima referido, marcaram e realizaram as suas Assembleias Eleitorais durante o mês de Dezembro de 2012, a fim de dar a possibilidade aos órgãos socais eleitos cumprirem na íntegra os seu mandatos, correspondentes ao ciclo olímpico (2013-2016). Como a nossa federação de surf é diferente das outras, não seguiu este bom exemplo e deixou “andar o barco” e só anunciou eleições no quarto mês do ano de 2013 e com o ano competitivo em andamento, esta situação não me parece razoável e deverá ser mesmo desconfortável para o elenco que vencer as próximas eleições. Pois os futuros eleitos para dirigir o surf nacional, tem de dar continuidade a um projeto que não é deles, pois não o planearam, bem como não tiveram a oportunidade elaborar o Plano de Actividade e Orçamento para o ano económico e desportivo de 2013. Também tem de seguir o caminho trilhado pelos antecessores que assumiram compromissos com parceiros nas mais diversas áreas de intervenção e dinamização. Não vão também cumprir a totalidade dos quatro anos de mandato a que tem direito, pois o ano de 2013 já vai avançado e o que resta deste ano competitivo, em termos de planeamento não será da sua responsabilidade, em minha opinião será um ano de mandato em vão limitar-se a gerir aquilo que os outros programaram. Mas há mais, a data da Assembleia Geral Ordinária onde se realiza o acto eleitoral (28 de Abril), poderá ser considerada ilegal, porque não cumpre o estipulado pelos estatutos da Federação Portuguesa de Surf, este facto é sustentado com base naquilo que está escrito, nomeadamente, no Artigo 7º - Eleição dos Órgãos Sociais (Modo de Eleição), que no seu ponto 2, alínea b) refere o seguinte: b) As eleições para os Órgãos Sociais da FPS, salvo outras situações previstas nestes Estatutos, realizar-se-ão até ao final do primeiro trimestre do ano civil seguinte ao ano que decorreu os Jogos Olímpicos de Verão. Há aqui qualquer situação que me está a “escapar”, ou melhor não consigo perceber, mas parece-me que nada acontece por acaso, ou seja a não marcação da Assembleia Geral Ordinária, fora do prazo indicado nos estatutos, foi um modo de “ganhar tempo” para algo que estaria planeado, não sei, tenho duvidas? Mas os recentes factos ocorridos com dirigentes eleitos cessantes leva-me a pensar que algo correu mal, na estratégia que montaram para acesso ao comando da federação para o novo mandato. No mínimo é estranho que o atual Presidente da FPS, tenha anunciado a sua não candidatura a um novo mandato (2013/2016), pois só em 11 de abril é que declarou que iria dar a possibilidade a outras pessoas interessadas em liderar e conduzir a federação para um novo ciclo. Se uma nova candidatura não era sua intenção, então, já deveria ter anunciado esse facto no último mês do seu mandato (dezembro de 2012), ou será que esta decisão foi tomada agora, invertendo algum caminho já planeado. Mais tarde, dia 16 de abril, surge na comunicação social a notícia da demissão do Diretor Técnico Nacional, que colocou um ponto final na sua relação com a FPS. Será que esta tomada de posição está relacionada com a não candidatura do actual Presidente da Federação? De momento não temos respostas que indiquem esse facto, mas com toda a certeza, que um dia deste se irá perceber se há alguma relação entre ambos. Com ausência de continuidade na presidência, aliada á demissão do DTN, será que a federação vai ter mais desistências, demissões ou resignações, se acontecer vamos então ter mesmo uma nova federação e totalmente renovada e disposta a romper com o passado e olhar para o futuro do surf nacional de uma forma racional, com objetivos concretos de trabalhar em prol do desenvolvimento do surf. Desconheço se existem algumas listas candidatas ao próximo mandato, mas os acontecimentos recentes levam-me a pensar que a demissão do DTN, pode estar relacionada com o aparecimento de alguma lista candidata aos Corpos Sociais da FPS, que tenha esta tenha assumido que não vai contar com determinadas pessoas, que estará disposta a afastar outras ou remodelar funções. Acredito que vai aparecer uma equipa de pessoas com capacidade para servir o Surf Nacional e os surfistas. Quem vier terá de ter uma postura digna e colocar as suas energias ao serviço da modalidade e nunca colocar os seus interesses acima do surf e dos surfistas. A equipa que vencer as próximas eleições tem o dever de remodelar a federação, principalmente ao nível dos quadros competitivos e formação de base, com uma aposta bastante forte nas competições jovens e também no envolvimento dos estabelecimentos de ensino, através da incrementação do surf no desporto escolar. A federação deve incrementar novas medidas de apoio aos clubes que formem atletas jovens e que organizem competições regionais ou locais, tem também o dever de prestar um maior apoio aos clubes que tenham atletas jovens a participar nos circuitos nacionais de esperanças. Devem também reformular os quadros competitivos, principalmente nos escalões jovens, segundo sei existem algumas propostas nas gavetas da federação, as quais nunca foram avaliadas e muito menos implementadas. O surf nacional está em crescendo, a base de recrutamento é cada vez maior, há que detetar os talentos que existem por ai nas praias, e dar-lhes formação e treino, ocupando desta forma os Centros de Alto Rendimento, que existem, sendo que estes só fazem sentido estando ocupados com jovens em formação e também com atletas em aperfeiçoamento e no alto rendimento. Estes equipamentos denominados de instalações desportivas de uso público, construídos com verbas estatais, logo pertencem a todos e todos devem usufruir deles. Se estiverem fechados e inativos, não servem para nada, e não contribuem para os objetivos de utilização que inicialmente delinearam antes da sua construção. Quem for eleito, vai ter muito trabalho pela frente, desejo tenha força e vontade para trabalhar afincadamente para aumentar o número de atletas e também o nível do surf nacional. Como a Assembleia Geral Ordinária, onde se vai realizar o acto eleitoral, tem lugar em Fátima, terra de fé, aparições e milagres, desejo que os novos Corpos Sociais da Federação Portuguesa de Surf, sejam abençoados por alguma força divina, que os oriente no caminho que tem que seguir, e que consigam ter um discurso aglutinador e de união em torno dos surfistas, clubes, parceiros, para que o Surf Nacional possa desenvolver-se e crescer de uma forma harmoniosa e bem planeada. Desejo bom trabalho aos futuros Corpos Sociais da FPS. Boas Ondas e façam crescer o Surf Nacional. |
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Novembro 2016
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