Escrito por: José Miguel Nunes Vamos então lá falar um pouco deste MEO RIP CURL PRO PORTUGAL, edição 2016. Este ano, pela primeira vez desde 2009, não me foi possível acompanhar nenhum dos dias de prova na praia, no entanto não perdi pitada via “webcast”. Genericamente foi assim. Começámos nos Supertubos com ondas medianas, fomos até ao outro lado para ondas de excelência e voltámos aos Super para terminar com ondas boas. As previsões para os Supertubos acabaram por não se concretizar, o “swell” nunca encaixou na perfeição na bancada, o que provocou inconsistência, com ondas muito boas a apareceram de forma aleatória no meio de séries de ondas menos boas. Se o início de competição em Supertubos arrancou com ondas relativamente pequenas, ainda que com formação razoável, potenciando as manobras aéreas, a passagem para o Point Fabril foi outra história, e ondas de luxo na casa dos dois metros e meio fizeram as delícias de competidores e espectadores. O regresso ao palco principal da prova para terminar a competição, apresentou mais qualidade que os dias iniciais e, não faltaram os tubos a fazer jus ao famoso “spot”, merecedores alguns, de notas na casa do excelente, com a cereja no topo do bolo para o dez de Jordy Smith nos quartos-de-final. Acima de tudo o evento deste ano veio confirmar o que toda a gente já sabe, Peniche é o único lugar em Portugal continental com condições para satisfazer os altos padrões de qualidade relativamente às ondas, exigidos pela WSL para receber a nata do surf mundial. Ficou mais uma vez claro, que se a WSL quer ter um evento em Portugal continental onde a garantia de qualidade do mesmo não decresça em consequência das ondas apresentadas, independentemente da direcção do “swell” e do vento, só o pode realizar em Peniche. Sagrámos, finalmente nas nossas ondas, um campeão do mundo, e Peniche já o merecia. John John Florence, que provavelmente gostaria de se sagrar campeão em casa, em Pipeline, acabou por fazê-lo noutro Pipeline, no europeu, em Supertubos. Agora a outra face da moeda, e apesar de não ter acompanhado, como já referi em cima, “in loco” o evento, tive oportunidade de observar a montagem da estrutura nos dias antecedentes. Continuo a achar a estrutura na praia (palanque) muito grande, apesar de se notar uma melhoria nesse aspecto relativamente a anos anteriores e, continuo a achar que esta poderia inclusivamente estar sobrelevada mais uns quantos centímetros, protegendo deste modo um pouco mais a duna. Continuo ainda a achar que o palanque está uns 50 metros aquém do local onde deveria estar. Como também já escrevi, não neste texto, mas noutros e, faço questão de o reforçar, o tratamento por parte da organização do evento para com a comunidade surfista local tem sido inqualificável, com o expoente máximo a acontecer com a atribuição dos “wild-cards”, conforme escrevi AQUI. Como se não bastasse, este ano ainda “vêm gozar o prato”, atribuindo uma vaga a um local para a “expression session”. Deve ter sido uma galhofa na banca da Corona entre os amigalhaços lá do sul. Esperemos então pelo próximo ano, com os sinceros desejos que os melhores do mundo nos voltem a brindar com a sua presença, pois é um privilégio poder recebe-los e vê-los competir nas ondas penicheiras. Que a atitude relativamente aos surfistas locais por parte da organização possa mudar e, finalmente que o nome PENICHE passe a constar no “naming” do evento, como é justo que conste. Até lá… boas ondas…
1 Comentário
Maria Manuela Bello
2/11/2016 22:00:27
Obrigada Zé Miguel, por escolheres uma foto minha ...
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