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Caminhos do Surf

9/8/2016

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Escrito por: Lisa Marques
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Tenho referido em conversas com amigos a pertinência de começarmos a olhar para o surf sobre várias perspectivas, e sobre as suas diversas ramificações, muitas vezes contraditórias à génese do surf. Acredito que só podemos compreender o que se está a passar no universo do surf, se o olharmos através de prismas distintos: 
  • Enquanto Soul Surfers com o lifestyle e valores intrínsecos a esta filosofia de vida;
  • Enquanto desporto competitivo com uma industria que o sustenta;
  • Enquanto produto turístico sob a forma de experiência. 

Desde que comecei a surfar, há mais de uma década atrás, tenho assistido a um crescimento no mundo do surf, e fui obrigada a encará-lo enquanto Surfista, estudante de turismo, e cidadã atenta ao boom da industria do surf e suas implicações naquele que escolhi ser o meu lifestyle. Tive a sorte de absorver um pouco da cultura do surf e dos seus valores, que me foram passados nos primeiros anos de aprendizagem, através da observação e da auto-superação. O mar foi-me apresentado como o “Todo Poderoso” e a “Mãe Terra” geradora de todas as formas de vida, numa concepção animista repleta de magia e pureza. A comunhão e respeito pela Natureza e pelos surfistas mais antigos, eram valores comuns na minha comunidade de Surf. Estes Soul Surfers, acreditam e transmitem os valores do Surf, utilizam o Mar como um templo de auto descoberta e criação, e referem com frequência que o Mar é o seu Deus e a sua religião, porque é nele que se esclarecem. É a essência primordial do Surf, onde toda a rotina se desenvolve à volta do ceano, pelos ciclos das marés, e em comunhão e integração do Homem na Natureza.

Com a industrialização chegada ao mundo do Surf, este começou a ser encarado como um produto, os melhores surfistas começaram a ser premiados pelas suas habilidades, tornando-se ídolos de massas. O surf reduziu-se ao desporto, acção e performance.  Os surfistas profissionais alimentam a industria que os apoia e lhes dá visibilidade e credibilidade, enquanto que os seus nomes, são admirados como modelos de perfeição atlética, dando imagem a toda a comunicação global da marca, e inspirando consumidores. Os surfistas espectadores são então a criação da sociedade de consumo necessitada de modelos comportamentais, que só se viraram para o surf por uma questão de influências. São inconscientes e levianos, vestem as mesmas marcas, pedem autógrafos e fazem hashtags com referências ao surf, mas não reconhecem os seus valores. Querem pertencer à tribo mas ilibam-se de qualquer compromisso que o ser Surfista acarreta.  Não existe preocupação ambiental, o consumo não é responsável, as surfshops, surfschools, surfpools, surfshits são construídas sem integração nem consciência, é apenas a industria e a alheação consumista a trabalhar este segmento de mercado.

Este acréscimo de visibilidade do surf nos meios de comunicação teve naturalmente implicações directas na procura dos destinos de surf, e a industria turística nestes “paraísos de ondas” tem vindo a crescer exponencialmente, muito graças ao World Tour. Aqui os pacotes e ofertas de surf são variados, e os turistas que querem ser surfistas querem-no muito vezes por brincadeira, como parte da experiência de visitar um paraíso das ondas, e de terem a ilusão de serem surfistas por 1 dia, uma semana ou 1 mês. As aulas de surf nestes destinos tornam-se então pacotes de animação aquática, e os instrutores de surf incorporam a figura descomprometida do “hangloose bué cool yeah”, onde tudo o que interessa é pó-los de pé nem que seja num SUP, porque é aqui que está a satisfação de um turista que quer ser surfista.  Não existe introdução à história do surf, nem à cultura, nem aos seus valores, nem às regras de conduta dentro de água. E ao evoluírem neste surf sem herança alguns destes turistas surfistas adoptam posturas muitas vezes desrespeitadoras, monopolizadoras e agressivas, e são cada vez mais a povoarem os picos um pouco por todo o lado… E sim, a culpa é nossa enquanto agentes turísticos.

Esta semana ficámos a saber que o surf será um modalidade olímpica, e será disputada num cenário artificial. Se eu concordo e vou seguir? Não. Eu não procuro em outros surfistas modelos de perfeição, porque acredito que o surf deve ser sentido de forma individual e genuína e em comunhão com o todo natural. Mas sei que a pureza do surf já não pode ser resgatada nem o desenvolvimento invertido (mas isso já não é “coisa” de agora). A longo prazo poderá haver a separação das águas entre surfistas, mas sobretudo de cidadãos com formas diferentes de estar.  Um Soul Surfer revela a humildade de estar em comunhão com um força maior que si, e aprende a tirar o melhor daquilo que o mar gratuitamente dispõe. Enquanto que o surfista espectador procura no objecto a sua diversão ou frustração, e a relação será sempre com o objecto. Por isso acredito que daqui para a frente serão reveladas as verdadeiras motivações de cada um, e haverá sem qualquer dúvida espectadores e apreciadores do surf em piscina.

Quem sabe se surgirão então piscinas adequadas a todos os níveis e aptidões? E o controlo do ambiente até agora impossível em meio natural, esteja à distância de um comando, onde o homem “todo poderoso” adquire uma nova ilusão de domínio sobre a Natureza. (!) Hipótese. Piscinas para beginners, para intermédios, para avançados, para prós, para ondas moles, para ondas cavadas, para os marrequeiros, para os tube riders, para a direita, para a esquerda… para todos fora daqui que está um crowd lixado no mar… Era bem não?! hihihi.

Nota: Estas palavras caricaturadas, baseiam-se unicamente na observação e reflexão pessoais, sem qualquer fundamentação nem estudo científico que as sustentem.
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