Escrito por: Edgar Henriques Em Fevereiro de 2011, foram realizadas algumas conferências pelo movimento S.O.S. Salvem o Surf, cujo tema era “Salvar as Ondas e Orlas Costeiras”. Uma delas realizou-se no dia 17 de Fevereiro, no Auditório Cultural de Peniche, onde estiveram presentes os melhores especialistas nestes assuntos. Falaram da importância da protecção das ondas para um desenvolvimento ambiental e sócio económico de uma região.Outro assunto também abordado, foi o das Reservas Mundiais de Surf, com o enfoque numa retrospectiva histórica, origem deste conceito, sua implementação e as potencialidades desta “ferramenta”, na protecção da cultura do surf, do oceano e da orla costeira. Foi orador também o “pai” da primeira Reserva Mundial de Surf, o americano Dr. Mark Massara, que revelou o longo caminho e o trabalho árduo, que foi desenvolvido para obter este reconhecimento pelo governo dos Estados Unidos e posterior classificação da região da Costa da Califórnia. A Capital da Onda, ficou elucidada sobre o trabalho a desenvolver, bem como a importância fulcral que pode ter uma Reserva Mundial de Surf. A relatada panorâmica sobre a realidade, permitiu-nos conhecer todos os instrumentos necessários criar para desenvolver trabalho na área do planeamento e posterior elaboração de uma candidatura. Esta poderia ser mais forte e consistente em virtude de se conhecerem os indicadores necessários para o sucesso. Estive presente nessa conferencia e pareceu-me ouvir, que a “Capital da Onda” tinha todo o interesse em iniciar o processo, para que no menor espaço de tempo possível por em marcha uma candidatura a Reserva Mundial de Surf. Desconheço se esse caminho foi seguido e se está em andamento algum programa de trabalho para futuramente ser apresentada a indispensável candidatura. Na referida conferencia, esperava encontrar na plateia mais agentes do surf local, bem como um maior número de pessoas interessadas neste assunto, presumo que alguns desconheciam o evento, ou o dia e hora não teria sido conveniente. Principalmente notei a falta de envolvimento de alguns atletas locais. A actualidade mostra-nos que naquilo que diz respeito às mediáticas e ilustres Reservas Mundiais de Surf, a Capital da Onda deixou-se “Dropinar”. Fomos“Dropinados” ou deixámo-nos “Dropinar”, em relação à Reserva Mundial de Surf? Provavelmente deixámo-nos “Dropinar”, colocamo-nos “a jeito” para tal, no meu entender não deve haver nenhum complexo de inferioridade em relação à Ericeira e se eles conseguiram chegar ao objectivo a que se propuseram, foi provavelmente com muito empenho e trabalho e união de todos aqueles que vêem o surf como importante nas suas mais diversas vertentes. Baseado em alguns artigos e noticias que li, sobre a primeira Reserva Mundial de Surf do nosso pais, esta deve-se ao trabalho conjunto desenvolvido por diversos agentes, tais como Autarquia de Mafra, Ericeira Surf Clube, Clube dos Amigos da Baia dos Coxos, Empresas ligadas ao surf, Surfistas, figuras publicas entre outros. A Capital da Onda, deverá reflectir, olhar para o desempenho da vizinha Ericeira e envolver todos os agentes do surf local, criando um grupo de trabalho com sentido de valorizar a costa, ondas e praias locais, com enfoque nas questões ambientais, pois estas devem ser primordiais e avançar para a candidatura. O envolvimento não deve ser apenas local, ele deve ser muito mais abrangente, cativando os organismos estatais como, Ministério do Ambiente, Turismo de Portugal, Capitania de Peniche, Federação Portuguesa de Surf, Associação Nacional de Surfistas, Movimento S.O.S. Salvem o Surf, IPL/ESTM e IPS/ESDRM. Se fomos“dropinados” numa “direita” pela Ericeira, “dropino” esse que já aqui foi falado e assumido, mas que não serviu de exemplo, pois continuámos desatentos e adormecidos no “pico” e mais uma vez deixamo-nos “dropinar” numa “esquerda” mais a norte pela Figueira da Foz. A Figueira da Foz, designada por “Cidade do Surf”, informou-se, tirou partido da experiencia da candidatura da Ericeira, constitui um grupo de trabalho, dedicou-se à causa e lançou a sua candidatura, com o nome “Cabo do Mondego” a Reserva Mundial de Surf. A candidatura foi apresentada no dia 19 de Fevereiro de 2011, dia da realização da última palestra do movimento S.O.S. Salvem a Surf. Espera por apreciação do seu projecto e provável aprovação, passando assim a constituir a segunda reserva de surf em Portugal e Europa. Os agentes da Figueira da Foz, atentos e através da união local, e impulsionado pelos surfistas locais, levaram a que a sua Autarquia apresentasse uma candidatura ao Concurso Movimento do Milénio, dinamizado e organizado pelo B.C.P/Milenium, com o apresentação do Projecto “Cidade do Surf”, que veio a vencer na Categoria de Cidades do Movimento do Milénio. O projecto apresenta uma solução para salvaguardar a costa sul da Figueira da Foz e travar a respectiva erosão, restaurando, ao mesmo tempo, um tipo de onda que pode potenciar e contribuir para o desenvolvimento económico da cidade, neste caso, a partir da prática do surf. E nós, queremos pertencer também a esta rede de Reservas Mundiais de Surf?Se sim, então temos que nos mexer e trabalhar para tal, não podemos nem devemos ficar com inveja da Ericeira e Figueira, e muito menos criticar a sua forma de actuar, porque eles, através do seu empenho conseguiram o que desejavam. Devemos sim agir de forma activa, participativa e construtiva e deixar para trás as lamentações e complexos de inferioridade. Temos valor e capacidade para chegar ao nível, quer da Ericeira ou Figueira da Foz. Em minha opinião a Capital da Onda, não pode perder este “comboio”, deve através da capacidade mobilizadora da Autarquia, criar condições para que os agentes locais ligados ao surf, ambiente, orla costeira e ao mar, se envolvam na elaboração de um projecto global com bases sustentáveis, que permita apresentar uma candidatura forte, que seja reconhecida com fulcral para o desenvolvimento local. Só desta forma fará sentido a criação da Reserva Mundial de Surf. Será que em 2012, podemos ter o privilégio de associar à marca Capital da Onda, o título de Reserva Mundial de Surf? O tempo e o futuro vão com toda a certeza dar uma resposta muito concreta a esta questão.Para finalizar, não devemos esquecer que as vitórias e derrotas pertencem a todos, que não é justo aparecer só quando as situações são favoráveis, a união é muito importante quando as dificuldades existem. A UNIÃO FAZ A FORÇA… A“Capital da Onda” agradece.
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