Escrito por: Guilherme Fonseca Relembrando Lacanau. Posso dizer que não foram as duas semanas mais positivas que tive. Muito sinceramente só agora escrevo esta crónica devido à frustração em relação à minha prestação no Campeonato. A viagem até Lacanau foi muito cansativa, 11 horas de carro! Só havia duas coisas para fazer: comer e dormir. Nas primeiras duas noites antes do campeonato começar ficámos em Merignac, perto de Bordeux. Estávamos a 40 minutos da praia. Comecei mal, na primeira noite tive uma indisposição tal que deu direito a vomitar e tudo, algo que já não me acontecia à bastante tempo. No dia seguinte acordámos a meio da manhã, fomos a uma mercearia tomar o pequeno-almoço e seguimos para Lacanau.
Quando chegámos fomos logo ver o mar. As ondas estavam muito pequenas. Só dava para surfar no sitio onde estava a decorrer um campeonato regional. Em tantos quilómetros de praia parecia quase impossível, procurámos por todo o lado, mas acabámos por desistir e fomos ao supermercado comprar comida para o jantar e para o dia seguinte. Chegámos a casa, arrumámos as coisas e descansámos. Aproveitámos para correr as redes sociais e ver a tabela de “heats” do projunior! Depois ainda deu para ir mandar um surfzinho ao pico do campeonato já ao final da tarde, pois este já tinha acabado. Voltámos para casa. Cada um fez o seu jantar nos diferentes apartamentos. O tempo estava muito mau, chuva e trovoada. Depois de jantar, banhinho, alonguei e cama, pois no próximo dia começava o campeonato. Chegámos à praia e o mar estava gigante, cheio de vento, quase que nem dava para surfar. Soubemos logo de manhã que ia ser “layday”. Acabei por ir mandar um “freesurf” sozinho, já que ninguém estava com pica para entrar. O resto do dia foi em casa sem fazer nada. Jantei, arrumei as minhas malas pois nos próximos dias íamos para outros apartamentos. No dia seguinte o mar já estava surfável, apesar de estar ainda com tamanho, havia muito menos vento e estiveram a dar altas ondas o dia todo. Não entrei porque estava no “round” três e só se realizaram os dois primeiros “rounds”. Ao final do dia, fomos para os novos alojamentos. Eram dois pequenos apartamentos e fomos divididos em dois grupos. Eu por acaso até fiquei numa cama, mas houve quem tivesse de dormir no chão. Estabelecemos regras de prioridade na escolha do sítio onde dormir de acordo com a seguinte ordem: primeiro os mais velhos escolhiam; segundo os que ainda estavam em competição. A rotina foi sempre igual todos os dias. Acordar às seis da manha para surfar antes do campeonato, ir à pastelaria tomar o pequeno-almoço, estar no campeonato, ir ao supermercado e casa! Em termos competitivos não consegui estar a 100%. Não estava muito confiante e isso comprometeu o meu surf e algumas decisões principalmente no projunior. No WQS estava tudo a correr bem, passei os dois primeiros “heats” em primeiro. No “round” três perdi de uma maneira frustrante, nos últimos segundos da bateria, e de uma forma, na minha opinião, no mínimo duvidosa em termos julgamento. E pronto, basicamente foi isto. Tivemos uma boa rotina de treino mas acho que faltou atitude por parte dos portugueses. Foram duas semanas produtivas mas infelizmente não consegui realizar os meus objectivos. Agora é treinar para as Canárias, pois não posso falhar na próxima. Vamos lá…
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