Escrito por: José Miguel Nunes Não se falava de outra coisa há uma semana, Portugal iria ser assolado pelo maior “swell” dos últimos anos, a malta do Tow-in começa a movimentar-se, a expectativa é grande. Domingo, 5 de Janeiro, a Papoa volta a ser local de romaria, depois de na semana do Natal, ter lá dado umas bombas, as motas d’água andavam por lá novamente. Segundo algumas opiniões, as ondas rondariam os quatro a cinco metros. Como todos nós, apaixonado pelas ondas, também por lá andava a ver o pessoal, um jovem bodyboarder local, que no entanto, ao contrário de todos os outros que lá estavam, tinha outro objectivo, ele queria apanhar as maiores ondas da sua vida, na remada, e assim, sozinho, vestiu o fato e fez-se ao mar a caminho do bico da Papoa, a partir da praia. O seu nome, Pedro Levi Silva. Qual a motivação para um jovem de 18 anos, entrar sozinho num mar daqueles? O que sente quando chega ao pico e elas começam a entrar? O que sente quando arranca na primeira? São apenas algumas interrogações de quem observa a façanha ou toma conhecimento dela. A primeira resposta que nos vem à cabeça, “ganda” maluco.
Na primeira pessoa, as palavras do Pedro sobre a sua aventura: A minha ideia inicial não era estar sozinho. Depois de ver umas motas de água no pico, entrei a remar desde a praia, com o objetivo de apanhar uma onda grande com recurso à remada, e se possível manobrar. Quando lá cheguei, vi que estava sozinho, mas não queria ir para terra sem apanhar pelo menos uma… Esperei um bocado, entrou um “set”… apanhei uma, penso que não cheguei a descer toda até à base, pois não tinha muita noção do tamanho, nem mesmo onde era a base, mas foi uma sensação do outro mundo quando a apanhei, é indescritível o que se sente quando se apanha uma onda grande. Ainda pensei em remar outra vez para o pico e esperar por outro “set”, jurando a mim mesmo que era só mais uma, mas comecei a sentir algumas cãibras e decidi mais calmamente remar para terra, também porque estava sozinho… Tentei sempre manter-me seguro, com pontos de referência em terra, e estava sempre a olhar para me posicionar. Acima de tudo, o respeito, consideração e medo pelo mar tem sempre que lá estar, pois só assim podemos lidar com estas ondas e mantermo-nos até certo ponto seguros. Pedro Levi Silva, bodyboarder local, bodyboarder associado do PPSC – Peniche Surf Clube, deixou nesse dia bem marcada a fibra da qual é feito, ao surfar uma onda entre os três e os quatro metros, isto alguns dias depois de a sua candidatura ao “trials” do Sumol Special Edition não ter tido o desfecho mais desejado.
2 Comentários
telmo nascimento
9/1/2014 17:41:04
Nao tiro o valor ao jovem e ja o destaquei algumas vezes como grande promessa certo e que na altura que eu surfava e competia ninguem falava que quando eu e os meus colegas rodolfo"pilo" santos telmo soares e rodrigo la surfava-mos com idades entre os 16 e 17 sozinhos e niguem via ou comentava acho triste... E agora parece que ele fez algo do outro mundo... So gostava que olhassem mais para os verdadeiros locais que teem grande talento e nunca sao ajudados geracoes e geracoes cheias de talento desperdicadas com isto nao digo que o levy nao tenha atitude e paixao ao desporto mas ja ca ouve verdadeiros locais... A fazerem feitos bem maiores e quando falo de locais nao sao os que teem casa de ferias veem no verao e dizem a e tal sou de peniche tenho ca casa isso para mim e petas deichei de competir pois hoje em dia faco outro tipo de desporto mas fico indignado por ser desta terra e existir talentos nela que sao constantemente abafados e isto de bodyboard esta-me nas veias quer eu queira quer nao levy isto nao e uma critia a ti mas sim as pessoas que se esquecem do valor dos atletas de peniche continua com o teu trabalho e se o mais doido possivel dentro de agua como sempre te conheci kipp going brow ;)
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José Miguel Nunes
10/1/2014 09:51:56
Caro Telmo Nascimento
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