Cartaz do evento Está marcada para dia 20 de Agosto, no Fórum da Parreirinha, pelas 22h00, a exibição do documentário Amigos de Peniche. Este documentário é da autoria de Clara Games (realizadora, videasta, jornalista e docente do ensino superior nas áreas da comunicação e do audiovisual) que o realizou, produziu e montou, sendo a captação de som, pós-produção de som e imagem de ru*mor* (Rui Viana Pereira). Na Nota de intenções que suporta o documentário, a autora refere "O meu avô Cristovão Gonçalves Júnior, conhecido como «Cristovão Vianês», morreu no mar quando a minha mãe contava apenas nove anos. Afoito e conhecedor, era um grande pescador (…) À minha mãe restaram memórias da angústia diária da tempestade à espreita, de épocas de mar vazio e meia sardinha a cada, de preces mais pela vida que pela fartura, mas também recordações da forma como as actividades diárias se transformavam em canção ou fado ou de como o fruto do mar restaurava a harmonia entre corações desavindos e alegrava almas enlutadas." Está assim explicado o nascimento deste documentário, cuja sinopse não deixa margem para dúvidas quanto àquilo que podemos esperar da sua visualização: "A vivência do mar contada por aqueles cuja vida sempre dependeu dele. Uma estirpe que fenece. Memórias de acções e tradições no limiar do seu desaparecimento. Baseado na rica tradição oral das gentes do mar, Amigos de Peniche desenvolve-se à volta de vários personagens que testemunham, na primeira pessoa, o que o mar tem de belo e de terrível: naufrágios e mortes, pescarias, festas e cantigas. Dividido entre os testemunhos dos homens e das mulheres – cada grupo com o seu papel na faina – Amigos de Peniche começa com as histórias dos homens: naufrágios, fugas do Forte, perseguições da PIDE, o auge das cooperativas e a tristeza da pesca abandonada pelos governos. Um calafate recorda os grandes estaleiros – numa altura em que os abates pairam por cima das poucas embarcações que restam. Reformados, vão ainda ao mar até a morte os chamar. Os que já não conseguem ir contam histórias de tempestades, salvamentos, patuscadas na ilha da Berlenga. Para ajudar à reforma secam o peixe na corda da roupa e vendem-no aos emigrantes. As mulheres recordam que davam aos filhos o pão que o Diabo amassou. Nas fábricas de conservas, as algarvias; na ribeira, as nazarenas; nas redes, as vianesas, todas trabalhavam de sol a sol e longas noites. Com as penicheiras aprenderam a arte dos bilros que dava de comer a toda a família em invernos de mar vazio. Acabamos ao despique entre homens e mulheres, porque a vida não é só sofrimento e pelo meio dos trabalhos sempre houve tempo para uma romaria, um fado e uma ou outra cantiguinha. Através das histórias de vida, da costa dramática e do acompanhamento de acções, como a procissão do mar, a descarga do peixe, o remendar das redes ou a apanha da sardinha, vamos conhecer todo um modo de vida que cessa, pouco a pouco, de existir." Resta-nos acrescentar que azem parte do elenco deste documentário: Lucília Gonçalves Gomes, João Farto, osé Rosendo, loriano Sabino, Augusto Marques, Paulo Francisco, Mestre Jaime, ernando Malheiros, Lúcio Ferreira do Rosário, Zulmira e uciano José, Tia mília, Ermelinda Martins, Lucília Almeida, Conceição Trindade, Ida Guilherme e Companha do Fruto da Liberdade. A não perder, na noite de 20 e Agosto, no Fórum da Parrerinha! Fonte/Autor: CMP
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Julho 2016
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