Na sua praia... Estou triste, despedi-me hoje de um amigo, de um grande amigo. Crescemos juntos, fizemos muitas coisas pela primeira vez juntos,… começámos a surfar juntos. Tenho pena que tenhas partido. O Bernas para além de ser uma pessoa extremamente inteligente, com um sentido de humor apuradíssimo, era acima de tudo amigo do seu amigo. Nunca me lembro de o Bernas ter negado ajuda a quem quer que fosse. Profissionalmente extremamente competente, era alguém com quem se podia contar, o Bernas estava sempre lá para ajudar naquilo que fosse possível. Era respeitado e admirado. Com os amigos era igual. O Bernas lembrava-se sempre do seu amigo. O Bernas lembrou-se de mim. Tenho uma enorme divida de gratidão para com ele. Infelizmente nunca a poderei pagar, resta-me unicamente o consolo, se pode servir de consolo, o facto de ter partido com dignidade, partiu com a mesma dignidade com que sempre viveu. A sua despedida foi o reflexo do seu enorme coração. Foi sempre um Homem de convicções, foi sempre um Homem que lutou por aquilo em que acreditava, foi sempre um Homem obstinado relativamente ao que queria, e quando queria, queria mesmo, roçando até em alguns momentos a teimosia. Era assim o meu amigo Bernas. Foi o Bernas que me puxou entre outras coisas para a escrita. Recordo um episódio em que um texto meu tinha sido mais duro que o habitual e de ele ter sido confrontado com esse facto, obviamente que me ligou a relatar o sucedido, ao que eu lhe perguntei se tinha o seu apoio, e ele me respondeu com estas palavras: “meu amigo, enquanto eu for diretor deste jornal, o lápis azul aqui não entra”. Amigo Bernas, a única maneira que eu tenho de te agradecer o que fizeste por mim, é continuar a ser da mesma maneira que sempre me conheceste. Onde quer que estejas continua a ser o primeiro a ler os meus artigos, pois eles continuarão sempre a serem escritos esperando a tua leitura atenta. Adeus amigo, nunca te esquecerei.
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Dezembro 2016
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