dissimulado e enganoso.
No “site” oficial da ASP, no separador eventos, estão listadas as onze etapas deste circuito, só um pequeno parêntesis, falo do circuito WCT (World Championship Tour), não do WQS (World Qualification Series), é que há aqui uma pequena diferença, o primeiro é onde estão os melhores do mundo, o segundo é o de qualificação para aceder ao primeiro… só para ficarmos esclarecidos. Tomemos então alguns exemplos de como vêm listadas as etapas e o que pretendem transmitir: QUICKSILVER PRO GOLD COAST Gold Coast, Queensland, Australia Quer isto dizer: Local/Cidade: Gold Coast Estado/Zona: Queensland País: Austrália O que permite ler a informação do seguinte modo, o evento QUICKSILVER PRO GOLD COAST realiza-se na cidade de GOLD COAST, que fica no estado de QUEENSLAND, na AUSTRÁLIA. DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO Margaret River, Western Austrália, Austrália Informação a ser lida: o evento DRUG AWARE MARGARET RIVER PRO realiza-se em MARGARET RIVER, que fica na zona de WESTERN AUSTRÁLIA, na AUSTRÁLIA. RIP CURL PRO BELLS BEACH Torquay, Victoria, Austrália Informação que passa: o evento RIP CURL PRO BELLS BEACH realiza-se na cidade de TORQUAY, que fica no estado de VICTORIA, na AUSTRÁLIA. BILLABONG RIO PRO Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil Informação: o evento BILLABONG RIO PRO realiza-se na cidade do RIO DE JANEIRO, que fica no estado do RIO DE JANEIRO, no BRASIL. HURLEY PRO AT TRESTLES San Clemente, Califórnia, Estados Unidos da América Informação: o evento HURLEY PRO AT TRESTLES realiza-se em SAN CLEMENTE, que fica no estado da CALIFÓNIA, nos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Vejamos agora o nosso caso: MOCHE RIP CURL PRO PORTUGAL Peniche, Cascais, Portugal Informação que passa: o evento MOCHE RIP CURL PRO PORTUGAL realiza-se em PENICHE, que fica na zona de CASCAIS, em PORTUGAL. Até poderia ser a mania da perseguição, mas não é, o impacto na comunicação social é de tal ordem, que temos meios de comunicação internacionais a comunicar que a Praia dos Supertubos e Peniche ficam situados em Cascais. Por outro lado, têm havido inúmeros pedidos de informação sobre a localização de Peniche, pois nos meios mais usuais de busca na internet, como por exemplo, o Google Maps, não encontram Peniche na zona de Cascais, só a muitos quilómetros de distância, se será aí. Isto é altamente enganoso e prejudicial, PENICHE, não fica na zona de CASCAIS, PENICHE não pertence a CASCAIS, PENICHE nem sequer pertence ao mesmo distrito de CASCAIS. PENICHE é uma cidade situada na ZONA OESTE de PORTUGAL a mais de cem quilómetros de distância de CASCAIS. Trabalhem com verdade…
2 Comentários
Como embaixador que é do surf português, título que lhe foi atribuído pelo próprio TURISMO DE PORTUGAL, o havaiano andou durante 21 dias a percorrer Portugal de norte a sul, com o objetivo de produzir conteúdos de vídeo que irão ser divulgados pelo mundo.
Muito bem, até aqui nada de extraordinário, bem pelo contrário, se ganha o dinheiro, não faz mais que a sua obrigação, apresentar serviço. Vamos agora ao que já não está muito bem. O que não está nada bem, é o facto deste projecto ser apresentado em Cascais, pelo próprio Presidente do TURISMO DE PORTUGAL, João Cotrim de Figueiredo, no próximo dia 10, durante a etapa do circuito de qualificação que por lá está a decorrer, quando a partir de dia 12 começa a janela de espera da etapa do circuito principal em Peniche. SERÁ QUE UMA ETAPA DO WQS É MAIS IMPORTANTE E TEM MAIS FORÇA MEDIÁTICA INTERNACIONAL DO QUE UMA ETAPA DO WCT? Estive a meditar sobre o assunto e qual teria sido a justificação para esta decisão, e a primeira coisa que me veio à cabeça foi: Lá estão os amiguinhos lá debaixo a fazer panelinha, e Peniche outra vez a ser discriminado, mas depois pensei, não, não pode ser, esta era evidente demais, e este pessoal é um bocadinho mais dissimulado, ainda há alguma, não muita, mas alguma vergonha na cara, não iam ser assim tão descarados, tem que ser outra coisa. Já sei, a VIP Lounge do Cascais Billabong Pro é mais bem frequentada do que a VIP Lounge do Moche Rip Curl Pro Portugal, mas rapidamente descartei esta possibilidade, até porque com raras excepções, a malta que frequenta estas zonas é sempre a mesma, por isso… Mas que raio… e finalmente fez-se luz… é isso, só pode ser. Só pode ser por causa desta maldita austeridade. Estamos a viver um cenário de crise, as dificuldades são imensas, é preciso poupar cada cêntimo, e vir de Lisboa para Peniche é muito mais caro do que de Lisboa para Cascais, nem tem comparação possível, e mais, estando o evento marcado para as quatro da tarde, ainda dá tempo de cada um ir jantar a casa, é que esta malta VIP é tudo lá da capital, excepção feita ao MacNamara, que já é praticamente “nazarene”, e assim é mais esse que se poupa. Se fosse em Peniche era uma pipa de massa só em deslocações e comida, já para não falar do transtorno da viagem… Finalmente estamos a entrar no bom caminho, alguém que dê o exemplo, um cêntimo ainda é cêntimo… Escrito por: José Miguel Nunes Deu que falar nos últimos dias na imprensa especializada e até na desportiva mais generalista, a convocatória do seleccionador nacional para o mundial júnior que irá decorrer no próximo mês de Abril no Equador. Antes de mais, dizer que não conheço na verdadeira acepção da palavra o seleccionador nacional, falei com ele duas ou três vezes, se tanto, em conversas informais de praia. Dizer também, que o acho um profissional competente, com resultados que o comprovam, e me parece um dos treinadores de topo do surf nacional. Relativamente às críticas de que foi alvo por parte de alguns surfistas da praça, nomeadamente um texto que circulou nas redes sociais, temos, em minha opinião, de analisa-las noutra perspectiva. A alegada incompatibilidade entre as funções de seleccionador e de treinador numa empresa privada em simultâneo. Até considero esta apreciação pertinente, legítima de ser levantada e discutida, sem dúvida, mas, se tivesse sido feita na altura em que o seu nome foi anunciado por parte da Federação Portuguesa de Surf para o cargo, e isso não me parece que tenha acontecido, pelo menos nestes termos. Agora já não. Isto ter acontecido apenas depois de determinado atleta não ter sido convocado, leva a que se possam ter outro tipo de leituras relativamente às verdadeiras intenções das críticas feitas. Pondo de parte as questões meramente técnicas, e essas foram devidamente explicadas antes da convocatória, três momentos de avaliação dos atletas, dois estágios (refira-se, acompanhados por juízes da FPS) e ainda a primeira etapa do nacional de surf esperanças na Costa da Caparica, há algo que considero bastante importante no seio de uma equipa, que é o espírito de camaradagem existente entre os seus membros, e que pode sair bastante abalado quando se começam a tratar miúdos destas idades como profissionais maduros e adultos, que ainda não são. Não é de todo aceitável que se utilize um ainda muito jovem atleta, com as consequências ao nível psicológico que isso poderá ter para o seu desenvolvimento enquanto atleta, mas também, e bem mais importante, enquanto Homem, para defender posições estratégico-empresariais, às quais ele deve ser completamente alheio, e porquê? Porque é apenas um miúdo, e a guerra dos negócios do surf ainda não o deviam afectar. É triste quando estes miúdos são tratados como projectos de uma indústria que se prepara para os engolir de forma a retirar o mais depressa possível retorno económico, esquecendo por completo a vertente humana e desportiva, essencial ao seu crescimento enquanto pessoas. O que este miúdo deveria ouvir, seriam palavras de incentivo no sentido de melhorar o seu surf e dizer-lhe que desta vez não foi convocado porque houve outros miúdos que estiveram melhor do que ele, mas que ele como bom surfista que é, terá novas oportunidades e que para a próxima terá todas as hipóteses de lá estar, e nunca, repito, nunca, passar-lhe a ideia de que não foi, porque os outros miúdos, apesar de surfarem menos do que ele, estão lá porque são beneficiados por esta ou por aquela razão. Isto é completamente errado. Esta questão não afecta apenas este miúdo em particular, pois os outros, também eles miúdos, aqueles que foram convocados, sentir-se-ão também de alguma forma afectados, afinal o outro, é que merecia lá estar e não eles. Errado. Dêem-lhes tempo de serem miúdos, chegará a altura de serem adultos e profissionais, e se agora forem apenas miúdos, com toda a certeza serão melhores adultos no futuro. A este miúdo em particular, e a todos os outros da mesma idade, façam surf, muito surf, e acima de tudo, divirtam-se a fazer surf. Escrito por: José Miguel Nunes Veio a público esta semana, notícia sobre as novas regras a cumprir pelas Escolas de Surf, da responsabilidade da Capitania do Porto de Lagos, nas praias que supervisiona, que se estendem desde Odeceixe até à Meia Praia em Lagos, conforme editais (nº002/2014 e nº003/2014) daquela autoridade marítima, datados de 15 de Janeiro de 2014. A questão que se coloca não será se as ditas regras estão bem ou mal elaboradas, nem nos vamos (para já) debruçar sobre isso, obviamente que umas terão lógica existirem, enquanto outras, nem tanto, mas para já esse não é o problema de fundo, pois isto não é mais que uma medida “ad-hoc” tomada relativamente a uma questão, que é global, que só terá implicações a nível regional, sem ter em conta toda a envolvência do problema, o surf e o negócio que o envolve. O surf está na ribalta, é mediático, dá retorno, e está a ser encarado, no meu ponto de vista mal, como a “salvação da pátria” relativamente ao turismo. Tenho sido e sou, defensor de que o surf é um nicho de mercado (turístico) bastante importante para a economia de determinadas regiões, claro que é, tenho-o defendido desde sempre, mas daí a massificá-lo (que é o que está a acontecer) de modo completamente anárquico, de tal forma que acabaremos por destrui-lo, vai uma grande distância. Tenho também dito que quando o surf fosse apetecível a nível politico e em consequência pelos lóbis a ele estreitamente ligados, a coisa se iria complicar, pois o único interesse para esses “players” é o vil metal e os cinco minutos de fama. Encaram o surf unicamente como um negócio, pondo completamente de parte a vertente desportiva e, mais importante, a vertente social, de estilo de vida, de subcultura, que é, ao fim e ao cabo, o que o sustenta. Ao delapidarmos a vertente social do surf, corremos o sério risco de delapidarmos também, a vertente económica do surf, e de modo irreversível. Todos nós, nomeadamente os mais velhos, e eu faço surf há trinta anos, vemos e sentimos que o surf, e tudo o que o rodeia, evoluiu, era inevitável que acontecesse, e esta evolução apresenta obviamente aspectos negativos, mas também aspectos positivos, não os escamoteemos, nem uns nem outros. O surf é diferente da esmagadora maioria das outras actividades, pois encerra em si, aspectos ambientais, sociais, económicos e desportivos, e só a conjugação harmoniosa de todos eles, possibilita que esta actividade não perca identidade e ao mesmo tempo possa ser viável e aceite por todos os agentes nela envolvidos, desde o “free surfer” até ao nível profissional (atletas e empresas). O surf tem de ser pensado de modo abrangente, pois a sua actividade, também ela é abrangente, e ao definirmos um conjunto de regras, como as acima referidas, especificamente para uma das subactividades do surf, estamos a ser sectários, e a tentar resolver um problema no curto prazo, tapando o sol com a peneira, o que mais tarde, inevitavelmente criará um problema ainda maior. As escolas de surf, nomeadamente as suas actividades na praia, são apenas a ponta final desta engrenagem do negócio do surf, a parte mais visível, e que a todos nós, surfistas, por razões óbvias, mais nos afecta diretamente, no entanto, não serão porventura elas também, as escolas, o “elo mais fraco”? e daí serem elas as visadas nas medidas agora impostas (naquela zona). O ter uma Escola de Surf não implica que se tenha também um Surf Camp, até conheço alguns casos, mas como também todos sabemos, na esmagadora maioria não é assim. No meu ponto de vista, a base (turística) do surf são os Surf Camps, e é por aqui que se deverá começar, pois se regularmos bem a base, isso terá implicações (benéficas) na restante estrutura, só que é mais difícil, dá mais trabalho, vai mexer com lóbis instalados, nomeadamente o hoteleiro, que tem criado bastantes entraves a por exemplo, definir uma figura específica dentro da sua hierarquia de categorias para estes alojamentos. É imperativo que os Surf Camps tenham uma categoria específica, de modo a que se possam criar um conjunto de regras direcionadas à sua actividade, de modo a que elevem a qualidade em detrimento da quantidade na base da oferta, e isto não se faz com legislação adaptada, mas sim, com legislação específica. Só depois, seriam complementadas com regulamentação, as restantes ramificações do negócio, nomeadamente as escolas, onde se poderiam incluir até, algumas das regras patentes neste editorial lançado pela Capitania do Porto de Lagos, pois uma parte dos problemas acabariam logo por morrer na base, como consequência da legislação especifica sobre os Surf Camps. Este é apenas um dos muitos aspectos que devem ser vistos com o cuidado devido, talvez o mais importante, mas não devemos descurar os outros, como por exemplo a componente formativa dos instrutores/treinadores/monitores, competência da Federação Portuguesa de Surf, bem como as componentes ambiental e social, esta última, numa ligação estreita às associações e clubes de surf, que em última análise defendem os interesses das comunidades endógenas, estas também com direitos, não o esqueçamos. Estamos portanto a falar de sustentabilidade, e nunca é demais relembrar que este conceito só é aplicável se se cumprirem os seus três pilares em simultâneo, o ambiental, o económico e o social. Se não seguirmos este desígnio sustentável, o surf tenderá a tornar-se em mais um produto económico, dependente da massificação, sem qualquer identidade, que passará de moda, como qualquer outro, e que apenas serviu para que meia-dúzia de agentes, ganhassem dinheiro com ele, e que passarão para o próximo negócio que na altura esteja mais na moda, como agora está o surf. Não é com medidas “ad-hoc”, como as que a Capitania do Porto de Lagos lançou, que resolvemos o problema, pois se queremos um negócio sustentável com base no surf e em toda a sua envolvência, temos de começar por legislar na base e não no topo, articulando todas as suas componentes, e respectivas entidades reguladoras, a um nível que não o regional, ou qualquer dia caímos no ridículo de termos de nos fazer acompanhar de um livrinho de instruções com as regras de cada uma das regiões, para a mesma actividade… aqui fazemos de uma maneira, ali fazemos de outra… Escrito por: Albano Viana "Surf é Vida, Surf é Beleza, Surf é Diversão, Surf é Prazer, Surf é Arte, Surf é Terapia, Surf é Cura! Por estes, e por todos os demais motivos, não vamos deixar que o Surf perca a sua verdadeira essência. No meu entender, como praticante de surf há 34 anos neste local (Peniche), penso que a situação irá entrar numa anarquia total se não forem criados regulamentos para a prática desta “linda” actividade ou prática desportiva que é o surf. Terá que ser regulamentado por quem de direito, terá que haver uma real fiscalização no terreno e quem não cumprir terá que ser responsabilizado e punido com autos de contra ordenação, puníveis com coimas, que inicialmente serão leves e depois mais pesadas para os infractores com maiores responsabilidades na matéria. Penso que só o bom senso nestes casos, e já com a dimensão atingida, não iremos a lado nenhum, e eu falo por experiência própria, não só como um simples amante deste desporto, mas também como treinador e juiz de surf e principalmente como Técnico e Formador de Salvamento Aquático a trabalhar no terreno. O surf irá crescer tanto que não haverá espaço para todos se não se salvaguardarem muitas situações para os surfistas locais. Deverão ser estipulados os locais para aprendizagem e outros para quem já surfa à vários anos. Estes espaços terão que estar devidamente assinalados nos mapas para o turismo em geral e terão que ser rigorosamente respeitados por todos as zonas estipuladas e marcadas para o efeito. Acreditem que se não se fizer isto, vai ser um pandemónio e a situação irá ficar descontrolada. Neste momento, tanto eu, como outros locais da zona, estamos já a sofrer as consequências desta MEDIATIZAÇÃO! Situação por mim já esperada, pois há sempre o verso da moeda, não é? Existe muita e boa oferta turística de Surf na nossa zona, mas a quantidade não é comparável à qualidade oferecida, pois como já disse anteriormente, têm que existir regras (leis) e fiscalização para que as coisas não descambem. Terá que ser o próprio governo a criar as melhores condições para que o turismo nacional e local beneficie destas mais-valias para todos nós, e não o contrário, que passa pelo não fazerem nada e deixar andar até chegarmos ao ponto de andarmos todos á batatada e acidentes a monte pelas nossas praias. Desculpem eu ser tão sincero, mas isto é sinceramente o que eu já vejo e sinto acontecer neste momento, quanto mais daqui a alguns anos. O desenvolvimento do surf no nosso País e principalmente na nossa zona (Peniche/Baleal) está e irá ser brutal. Todos os dias vejo chegarem pessoas oriundas de todos os cantos do mundo para experimentarem o “nosso surf”! Penso que teremos de trabalhar mais e melhor nos alojamentos, na restauração e arranjar parques de campismo com preços e com qualidade para que possamos receber todo este turismo, que é bastante diferenciado. Temos que pensar no turismo com posses e no turismo com menos posses, daí a construção de mais hotéis e de mais e melhores parques de campismo. Penso também que a restauração terá que se adaptar a esta nova realidade de culturas diferentes que nos aparecem todos os dias, para que estes turistas fiquem satisfeitos e tornem a voltar e mais importante ainda, que recomendem aos amigos. Também penso, ser deveras importante, que se criem novos e melhores parques de estacionamento. Devem ser criados transportes públicos para o efeito, que percorram todos os “spots” mais importantes e praias da nossa costa a preços acessíveis para todos. Mais locais para se tomar banho depois das surfadas, criação de casas de banho públicas onde se possam lavar os fatos de surf e ou tomar banho de chuveiro. Criar escadas em madeira e acessos seguros em alguns locais chave, que dão acesso às praias e aos “spots” de surf. Haveria muito mais coisas a acrescentar mas já não há tempo, de qualquer das maneiras já ficam aqui algumas ideias para melhorar a qualidade do “nosso turismo de surf e não só”. Não há locais perfeitos mas, porque não uma Ilha paradisíaca com altas ondas, temperatura da agua a rondar os 25 graus e a exterior os 30. Boa comida tradicional mas rica em tudo o que faz bem á saúde. Uma estadia num “bungalow” de madeira à beira-mar ou com vista para o mar, com palmeiras e uma boa companhia acima de tudo, para se relaxar, descansar e não o contrário. Também de vez em quando algumas festas ao pôr-do-sol, com tudo de bom. Para mim era suficiente para ser feliz. Os preços normais e não muito exagerados de tudo no geral. Acima de tudo uma boa hospitalidade e profissionalismo para connosco, turistas/surfistas. Se fosse tudo como disse atrás não haveriam lacunas, seria tudo perfeito e todos ficariam satisfeitos. Em resumo destaco a qualidade das ondas primeiro, a temperatura da água e a temperatura ambiente depois. Se o local é seguro em todos os sentidos. Se o País está em paz com o Mundo. A hospitalidade de quem nos recebe e também os preços de tudo em geral, viagem, estadia e alimentação se é de qualidade e bom preço. No geral são estes factores que me influenciam na escolha de um local. Escrito por: Edgar Henriques Um dia, quando me preparava para dormir, encetei a meditação sobre a obra de requalificação efetuada no Parque de Estacionamento do Lagido e espaços contíguos. Requalificação com a qual concordo plenamente, embora esta possa ferir a vista panorâmica e manifestar-se agressiva a nível paisagístico. O pórtico ali colocado é manifestamente imponente e talvez desenquadrado da linda paisagem que o Lagido nos proporciona, mas qualquer outra solução, na minha opinião, não resolveria o grave problema existente há vários anos neste maravilhoso miradouro paisagístico. Faço esta afirmação porque o “povo” gosta muito pouco de cumprir ordens, sinalética e códigos de conduta, e pelos antecedentes, não tem consciência ambiental, nem paisagística. Esta obra teve como objetivo disciplinar o estacionamento das viaturas e também o acesso de auto caravanas e afins, proibindo a permanência destas no local. Aquilo que se passava no Parque de Estacionamento do Lagido, a que eu designei por Parque de Campismo, era péssimo, pois as auto-caravanas ali estacionadas, muitas delas em permanência vários dias consecutivos, ocultavam a magnífica vista paisagística que são a ilha e o mar. Além dos aspetos já referidos salienta-se que muitos dos ocupantes deste local, não tinham as mínimas preocupações ambientais, o aspeto do local era péssimo e não era convidativo a permanecer por ali muito tempo. O cenário constituído por estendais de roupa, fatos de surf pendurados, panelas e tachos com restos de comida debaixo das caravanas, com muitas moscas por perto, tornava o espaço pouco acolhedor ou até desprezível. Outro aspeto marcante da negatividade do local situava-se no cantinho escondido entre a ETAR e o Surf Castle, era utilizado por muitos como WC, havendo nesse local um cheiro nauseabundo a urina e vestígios de fezes. Pelo que observei recentemente, e por força das obras de requalificação o espaço está agora mais aprazível, mais simpático para quem ali se deslocar, quer seja para surfar, ou simplesmente para observar a paisagem e a natureza. Quem não deve ter ficado satisfeito com a implementação destas novas medidas foram os auto-caravanistas, pois viram negado acesso a local tão privilegiado e bonito, que muitos pensavam que já tinham direitos adquiridos de permanência. Estes devem compreender que têm deveres a cumprir de acordo com o Manual das Boas Praticas do Campista, nomeadamente ao nível do estacionamento das viaturas, o qual aconselha que nos centros urbanos este deve ser provisório tendo em conta os seguintes critérios:
Salienta ainda, que a utilização da auto-caravana deve fazer-se nestes lugares:
Todos nós sabemos que a maioria dos auto-caravanistas frequentadores do Lagido não tinham estas preocupações, também não era visível o seu pensamento na preservação do meio ambiente, bem como honrar os princípios a fim de obterem o respeito de todos. Não deve ser esquecido o facto da maioria dos residentes daquele local, serem cidadãos estrangeiros, na sua maioria alemães, espanhóis e franceses. Desta forma é provável que a maioria não se enquadre nem respeite o espírito partilhado pelos auto-caravanistas. Depois de uma enorme reflexão e ter concluído que a requalificação deste espaço foi bastante positivo nos mais diversos aspetos, ambientais, paisagísticos, turísticos e desportivos, imagino que adormeci, mas deu-se uma continuidade ao meu pensamento sobre o assunto, provavelmente em sonho? Num ápice diversas imagens sobre o mundo das auto-caravanas apoderaram-se da minha mente. No meu pensamento pairou um novo cenário em plena praia do Baleal: Devido às restrições impostas no Lagido, os auto-caravanistas mudaram-se de “armas e bagagens” para o estacionamento que fica perto da praia do Baleal Camping, ocupando o espaço que vai do Bar do Bruno até ao Ponto de Encontro. Este passou a ser o espaço privilegiado para estacionar as ditas auto-caravanas e viaturas afins. Tudo o que de mau existia no estacionamento do Lagido, foi transferido para este novo local de pernoita de tantos caravanistas. Estes trouxeram consigo muitos e maus vícios, e este local tornou-se mais feio, sujo e degradado. Diversas auto-caravanas, de gente conhecida ou amiga, que partilham o espaço em grupo, repartindo estendais, confeção de refeições, bem como “charros de cannabis", inconfundível pelo aroma que deixa no ar. O dia nasceu há pouco, é vê-los sair dos seus aposentos, com um ar ensonado, ramelas nos olhos, dificuldades em encarar a luz solar e andar cambaleante, provavelmente baseado na “moca” ou “bezana” apanhada na noite anterior. No chão, junto das auto-caravanas, os vestígios de festança são ilustrados com o cenário de muitas garrafas vazias de bebida com maior predominância para a cerveja. Um som constante faz-se notar no “ar”, sendo que este se caracteriza por um misto de tosse pulmonar, que culmina com o escarrar para o chão. Em seguida alguns lavam os dentes, cuspindo para o chão uma espuma branca, com uma goma que não se evapora facilmente. As esposas vão comprar alimentação para depois servir o pequeno-almoço, no qual as crianças tem o privilégio de comer em primeiro lugar. Os homens preparam as suas pranchas de surf para tomarem o pico de assalto. De acordo com as suas conversas e vontade demonstrada, durante a primeira refeição do dia, tudo aponta para que vão mesmo tomar conta do pico. A sua imagem e fisionomia, que descrevo mais em pormenor, dois homens altos, fortes fisicamente, pelo menos de aparência, com ar pouco simpático, barba grande, um com “rastas” o outro com um corte de cabelo tipo “moicano”, são factos que só de olhar podem causar receio aos frequentadores do pico. Entram no mar. Com grande algazarra remam até ao pico, sempre com conversas em tom de voz bastante alto e intimidatório. Passam pelos surfistas que estão à espera de ondas e não fazem um cumprimento, todos esperavam pelo menos uma frase de “bons dias”. Continuam a remar e vão ocupar no pico os lugares de prioridade para apanhar as ondas. Comentam um para o outro, que o “crowd” é muito aqui neste pico, o melhor seria arranjar o modo de senhas de vez, como as utilizadas nos talhos dos hipermercados. Entra um “set” e eles movimentam-se para se colocarem em posição de apanhar as melhores ondas, tiram benefício de terem pranchas grandes e volumosas, as quais entram na onda com maior facilidade. Com uma remada mais facilitada, um deles entra na melhor onda, ainda antes de realizar o “take-off”, já gritava em tom de voz altíssimo, “esta é minha, oi …oi…”, e lá surfou a onda. Não a surfou muito bem, pois o seu estilo e nível de surf não é muito bom. A onda seguinte foi apanhada pelo outro, os das “rastas”, que antes de remar para a onda já dizia bem alto, a próxima é minha, eu vou nesta, o meu número de senha é o próximo, portanto não se coloquem na minha frente, e lá remou e apanhou a onda. Mal tinha acabado de fazer o “take-off”, e ainda não tinha entrado no “bottom”, já tinha caído, na realidade o seu nível se surf era péssimo. Depois de terem apanhado duas ondas, uma cada um, dirigiam-se para o “outside”, iam passando pelos outros surfistas e avisavam: não se ponham na nossa frente, senão levamos tudo à frente…a partir de agora quem manda no pico são os “Tubarões da Bobadela”. Entretanto aquele com o corte de cabelo tipo “moicano”, apanha uma onda intermédia, realizando um dropino monumental a um surfista que já vinha a surfar a onda, e ainda teve o desplante de resmungar e ralhar, a dizer que o surfista que tinha a prioridade, lhe tinha estragado a onda, mas não houve resposta à provocação, portanto ficou a falar sozinho. Mais tarde chegam-se os dois ao pico onde estão cerca de meia dúzia de surfistas, começam outra vez a marcar posição através da verbalização de várias palavras ou frases com o intuito de intimidar. No pico houve-se o seguinte, “Aqui quem manda são os Tubarões da Bobadela, tirem lá a senha, mas para apanhar as intermédias, pois as rainhas do “set” são nossas”. Enquanto esperam pelo “set”, o cenário no pico torna-se nojento, pois começam a cuspir na água, assoam-se, um à manga do fato de “neoprene”, outro aos dedos da mão. Que comportamento tão primitivo, que não via á muito tempo. Quando se intitularam “Tubarões da Bobadela”, pensei, mas estes gajos que não surfam nada e pelo estilo de surf feio que têm só podem ter aprendido a surfar no Rio Trancão, chegam aqui e querem ser os reis do pico? O que lhes vale é que os surfistas presentes são pacíficos e não querem problemas senão já tinham sido corridos daqui para fora. A sorte protegeu-os, o “crowd” era pacífico e não queria confusões, desta forma afastaram-se do pico, pois não estavam com paciência para aturar dois “cromos” daquele calibre, que nem mereciam qualquer tipo de resposta. Ignorar a sua presença foi a melhor atitude tomada pelos restantes surfistas presentes. Com o pico vazio de surfistas, continuaram a falar em tom alto, que se ouvia a norte e a sul do local onde estavam. Sem terem com quem partilhar as ondas, apanharam algumas, mas nunca as surfaram em grande nível, pois o seu surf era na realidade muito fraquinho. Cansados de surfar mal, e com a maré a vazar, facto que dificultava ainda mais o surf, com as ondas a tornarem-se mais rápidas e fechar bastante, saíram da água e dirigiram-se para a praia, com as suas pranchas debaixo do braço. Riam e comentavam a surfada, “epá”, viste aquela onda que dei uma grande paulada, relatava o das “rastas”, o outro, o “moicano”, explanava, viste aquele "dropino" monumental que eu fiz, foi brutal. Entretanto chegaram junto das auto-caravanas, colocaram as pranchas no chão, retiraram os “chops”, secaram-nos e posteriormente arrumam as pranchas nas respetivas capas, estas muito ressequidas do sol, com bastante sujidade de “wax” misturado com areia, colocando-as debaixo das viaturas para estarem protegidas da luz solar e do calor que se fazia sentir. Seguidamente foram despir os fatos, e despem-nos até à cintura, ficando as mangas penduradas quase a roçar na areia. Tentam secar os cabelos abanando a cabeça, da qual sai alguma água salgada, principalmente o das “rastas”, que tem um maior volume de cabelo. Este vai buscar uma toalha e começa a secar o cabelo, seguidamente coloca o fato um pouco abaixo da cintura, ficando com os órgãos genitais à vista de todos os presentes, e enquanto continua a limpar a cara com a toalha, urina para o chão. Limpa o tronco e retira totalmente o fato, mais tarde enrola a tolha na cintura seca-se e veste uns calções com um padrão de riscas amarelas verdes e pretas. O outro, o do cabelo à “moicano”, espera pela sua vez para utilizar a tolha, esta bastante suja e com aspeto de muito pesada do sal acumulado. Começa então a secar-se e a despir o fato, depois de ter colocado a toalha em volta da cintura, após tirar o fato veste-se, utilizando uns calções pretos e uma t-shirt de alças branca, bastante encardida, com um logo na frente de uma planta de “cannabis”. Agarra nos dois fato de surf e dirige-se para a beira mar a fim de os lavar e retirar a areia que estava agarrada. Já com os fatos limpos coloca-os a secar pendurados no guarda-vento do bar Ponto de Encontro, enquanto o outro, prepara umas sandes de queijo e fiambre, e duas cervejas para repor as energias gastas na surfada. Comem e conversam, ao mesmo tempo que partilham a sandes com os filhotes mais pequenos e combinam com as companheiras o planeamento do resto do dia. Depois de saciada a fome e a sede, agarram no guarda-sol e vão até ao areal. Instalam-se, estendem as toalhas, cravam na areia o guarda-sol. As esposas colocam protetor solar nas crianças e acompanham-nos nas brincadeiras à beira mar, enquanto os homens sentados nas toalhas se preparam para enrolar um “charro” que vão fumar de seguida. Num repente acordo deste sonho, fico confuso e penso, será sonho ou realidade? Levanto-me da cama, visto-me à pressa e vou até ao Ponto de Encontro, para ter a certeza daquilo que me estava a acontecer. Quando cheguei fiquei mais aliviado, pois na realidade tinha sido mesmo um sonho, no local não havia auto-caravanas, nem surfistas com mau aspeto, apenas se verificava um grande desordenamento das viaturas ali estacionadas, facto que é normal acontecer naquele parque de estacionamento. Depois de apurar que nada de novo havia naquele local, situação que me deixou bastante satisfeito, dirigi-me ao Lagido para apreciar a beleza matinal de um dia de verão. Ao chegar ao local fiquei indignado com o cenário existente, o qual me deixou bastante furioso. Nessa manhã o Parque do Lagido, tinha sido invadido por meia dúzia de “bifes”, na sua maioria compatriotas da nossa grande amiga Ângela Merkel, que na noite anterior infringiram as nossas leis e estacionaram as suas autocaravanas com dimensões que seria impossível passar pelo pórtico ali instalado, facto que me levou a pensar que tinham entrado no parque pelo sentido proibido, infringindo a lei do Código da Estrada. Para além das caravanas, havia ainda uma tenda montada, junto da arriba, bem como viaturas estacionadas a ocupar vários lugares. Classifico esta atitude de abuso e também de falta de respeito para com o nosso povo. Ao aproximar-me da vedação de madeira que separa o estacionamento da arriba, a fim de me sentar num dos blocos de granito, que supostamente, são usados como bancos, qual não foi o meu espanto, ao verificar que este estava ocupado a servir de mesa, onde três meninas louras, refasteladas em cadeiras de campismo, cozinhavam o pequeno-almoço. Para além de um amontoado de canecas e pratos, havia também um fogão de “camping”, com água a ferver para fazer, café ou chá. Na mesa havia também, pacotes de leite, bolachas, tostas, compotas e bastante lixo pelo chão. Imaginei, aquilo que aconteceria ao “portuga” se tivesse comportamento semelhante na Alemanha. Acredito que teria problemas com a polícia, no mínimo seria multado e convidado a abandonar o local. Mas como nós somos um povo muito acolhedor, não reagimos a estas faltas de respeito e abusos para não melindrar quem nos visita. O mais caricato, é a postura adotada pelas forças de segurança, as quais nada fazem em relação ao assunto, mesmo sabendo que os “campistas” estão a infringir leis e regras, facto que me deixa bastante indignado. Para evitar estes abusos, só podemos e devemos agir de uma forma, que é, não permitir estas situações, denuncia-las e convidar os infratores a abandonar os locais, informando que existem locais específicos para pernoitar, designados por parques de campismo. Os prevaricadores devem ser em primeiro abordados de forma pedagógica, no caso de continuarem a abusar, devem ser repreendidos, mais tarde convidados a sair e por último expulsos do local. É necessário que respeitem as leis, os códigos de conduta, bem como as populações locais, para que possam ser também respeitados e acolhidos de forma amistosa e afável. A sua conduta e postura irá com toda certeza influenciar a comunidade local na forma de tratamento diferenciado, isto é, se cumprirem as regras serão bem vindos, caso contrário, vão pagar as consequências dos seus atos. “Complies with the rules and you will be welcome to Peniche” Escrito por: José Miguel Nunes Mais um ano se aproxima do fim, e este foi particularmente difícil para o “tuga” … pelo menos para a maioria, pois alguns engordaram e bem, as suas contas bancárias à conta da crise, dito de outra forma, à conta da desgraça dos outros. Pelo menos a acreditar na notícia do público de dia 7 de Novembro, em que dizia o seguinte: “Um relatório do banco suíço UBS conclui que, em Portugal, há mais 85 milionários – indivíduos com fortunas superiores a 30 milhões de dólares (perto de 22,4 milhões de euros) – do que em 2012.” Vá lá…, pelo menos o surf AINDA é de graça… AINDA… e no “line-up”, ricos e pobres AINDA disputam as ondas em pé de igualdade… vamos ver até quando. Saiu a público há poucos dias em vários órgãos de comunicação social, especializada e não especializada, uma notícia, para mim, que faço surf quase há trinta anos, e que não pertenço à classe dos ricos (felizmente AINDA não à dos pobres), no mínimo surreal. Então não é que dois surfistas foram parar a tribunal por causa de um “dropino”. Isto não tem nada de extraordinário, a não ser a estupidez do acto em si, e refiro-me, ao ir a tribunal, não ao “dropino”, que fique claro. Vamos lá então a algumas possíveis conjunturas, e não passam disso mesmo, conjunturas, levadas ao extremo, mas já vi tanta coisa acontecer nestes trinta anos de surf que julgava impossíveis, que nunca se sabe o que para aí vêm. Já em 2010, o atual Bastonário da Ordem do Advogados (está de saída), Dr. Marinho Pinto, afirmava que “Em Portugal há duas justiças, uma para ricos e outra para pobres”, referindo ainda que “as cadeias portuguesas estão cheias de pessoas sem meios financeiros para contratar advogados…” Todos sabemos (os exemplos são mais que muitos) que hoje em dia, ter ou não ter dinheiro para contratar advogados, bons o suficiente, para encontrar falhas na lei que permitam adiamentos, prescrições e por aí fora… faz toda a diferença, para se ser condenado ou não. Se pega moda o ir a tribunal por causa dos “dropinos” (e sendo a nossa justiça o que sabemos), a igualdade AINDA patente no “line-up” começa a tornar-se progressivamente uma miragem. Num cenário meramente especulativo, o surfista com mais posses, tendo dinheiro para os melhores advogados, vai tirar partido disso mesmo, e é “dropino” para cima, pois o outro coitado, sem meios económicos para se defender, que remédio tem se não aguentar… isto é, se quiser evitar ir a tribunal e provavelmente ser condenado, pois os seus parcos rendimentos não permitem pagar a um daqueles advogados. Mais um. Não me surpreenderia que alguém se lembrasse de classificar as pranchas de surf como embarcações, que segundo o dicionário de língua portuguesa é: “qualquer construção destinada a viajar sobre a água” (as pranchas de surf viajam sobre a água, são viagens curtas, mas viajam) para arranjar um qualquer estratagema de começar a cobrar seguros sobre as mesmas, como a qualquer outra embarcação (segundo parece uma das questões no tal caso do “dropino” que chegou a tribunal é o facto de ter havido danos materiais e não só). Não há dinheiro para o seguro da prancha, não há surf… Continuando, e partindo do pressuposto anterior, a prancha ser uma embarcação, esta para ser comandada (gosto deste termo), a pessoa tem que estar encartada para o efeito, pelo menos, com carta de marinheiro (se descobrirem entretanto um “out-reef” qualquer a mais de não sei quantas milhas de um porto de abrigo, para lá surfar, já terá de ser a de patrão de costa). Não há dinheiro para a carta, não há surf… Já viram onde o facto de dois surfistas terem decidido ir a tribunal esgrimir argumentos por causa de um “dropino” nos levou. Se calhar o melhor é parar por aqui. BOM NATAL A TODOS, e se não com muitas prendas no sapatinho, pelo menos com muitas ondas, que estas AINDA são de graça. Escrito por: Nuno Cativo O “crowd” está a matar o Surf na sua essência. Uma das soluções é instalar esta tecnologia em países que não têm ondas boas e que têm dinheiro para gastar, senão, qualquer dia isto parece os filmes do MAD MAX! Quanto às escolas de surf, não tenho nada contra. Penso que contribuem para a economia local e dão emprego a muita gente, mas..., a meu ver, e para bem de quem exerce esta atividade de forma profissional e conscienciosa, terão que se organizar e estabelecer regras muito claras e acima de tudo cumpri-las. Em primeiro lugar, delimitar para cada área geográfica, um número limite de escolas que podem operar. Também se deviam delimitar áreas específicas para as escolas, consoante o nível de cada "turma" de formandos, bem como, definir áreas interditas, por questões de segurança. Ondas como os Supertubos, Molhe Leste, Lagido e outras não se compadecem com a mistura de escolas de surf com “fresurfers” que estão a surfar essas ondas. Podemos fazer um paralelismo com o Ski, onde existem pistas para cada nível e onde não se põem iniciantes em pistas pretas. Os monitores deveriam ter instruções claras por parte de quem os coordena, de modo a evitar estas situações e, muitas vezes, o que vemos é o contrário. Agora vou pôr o dedo na ferida, mas tem mesmo que ser, há monitores que levam os formandos para os picos onde estão a dar ondas que, claramente têm um grau de dificuldade superior, não adequado aos formandos que estão a ensinar. Apenas querem fazer umas ondas. O espirito do surf não é isto. Por mim, não quero ir surfar para me estar constantemente a aborrecer. Amigos das escolas de surf, penso que estão a matar a vossa galinha dos ovos de ouro, porque a corrosão vai vir de dentro para fora. Quando estão a anunciar nos vossos “sites” ondas sem “crowd” já estão a faltar à verdade. Também temos vindo a assistir a cenas altamente escabrosas de assaltos com violência e um grande aumento da insegurança principalmente na área do Baleal. Não se esqueçam que as pessoas que nos visitam são, na sua grande maioria, de países mais organizados que nós, e que para a próxima podem pensar duas vezes em voltar. Todas as actividades têm que ser sustentadas senão destroem-se a elas próprias e penso que os primeiros sinais ficaram bem à vista este verão. Respeitem os locais, porque já estamos a ficar com pouca paciência e assim é difícil para todos. ORGANIZEM-SE. CLUBE DE SURF DE PENICHE -> PODE TER UM PAPEL MUITO IMPORTANTE NESTA MATÉRIA. Escrito por: José Miguel Nunes Foi um campeonato difícil de gerir, muitos dias de “lay day”, muita pressão e bastantes interesses extra surf a marcarem esta quinta passagem do “World Tour” por Peniche. Com uma janela de espera entre os dias 9 e 20 de Outubro, a competição para este MOCHE PRO PORTUGAL by RIP CURL, começou na realidade dois dias antes, ou seja, dia 7 com o TRIALS OF THE TRIALS do PPSC – Peniche Surf Clube, que pelo segundo ano consecutivo atribuiu um “wild card” para o MOCHE TRIALS, que se realizou no dia seguinte, sedo que este, foi também organizado pelo clube local, isto sim, uma novidade. Referir ainda, que entre outras iniciativas, o PPSC organizou ainda no Centro de Alto Rendimento uma palestra/tertúlia extremamente interessante, intitulada “Conversas na Areia – Saúde no Surf”, mostrando que é possível e benéfica, uma interação com quem representa a comunidade surfista local. Dia 9 começa sem demoras a competição principal, ainda que com ondas fraquinhas, e com previsões nada animadoras para os dias seguintes. Nesta altura começam as cogitações, do melhor lugar para dar continuidade à competição, e fruto de uma decisão estratégica, tomada com base em tudo, menos a pensar no surf e nos surfistas, a estrutura alternativa estava lá para os lados de Cascais, quando deveria estar, aliás, como nos anos anteriores, no Pico da Mota, o que proporcionou que durante os longos seis dias de “lay day”, os “prós” dessem por lá vários “shows” de surf. Não tenho conhecimento que algum deles se tivesse sentido atraído pelas tais ondas de “backup” tão sabiamente escolhidas pela organização. O nervoso miudinho aumentava a cada novo dia de “lay day”, bem como as pressões vindas de uma máquina bem oleada por parte da nova Capital do Surf, que se promoveu, e bem, à conta das ondas da Capital da Onda. Manteve-se felizmente a serenidade, e muito por culpa dos próprios competidores, esperou-se o que se tinha de esperar, e os Supertubos, apesar de não se apresentarem de gala, mostraram toda a sua qualidade, o que permitiu concluir a prova com ondas muito boas, proporcionando um espectáculo de alta qualidade. Há três ilações a retirar deste campeonato: 1º - A Praia dos Supertubos é a única que reúne as condições de excelência necessárias para a realização de uma etapa do WT em Portugal, e atenção que não estamos a falar do circuito de qualificação, isto é, alia a qualidade de uma onda de topo, às condições em terra, tanto para a logística da prova, como para os espectadores; 2º - A zona de Peniche é a única em Portugal que reúne condições para que uma prova com estas características se possa realizar independentemente das variações de “swell” e de vento, sem que com isso se tenham de fazer deslocações exageradas, e ainda assim com ondas de boa qualidade; 3º - Os surfistas (competidores) são quem realmente percebe de surf, e estes querem vir a Portugal surfar, mas para surfar nos Supertubos, esta é que é a dura (para alguns) realidade. A ASP (Association of Surfing Profissionals), organismo que gere o surf a nível mundial, pela voz de Renato Hickel (“tour manager” do circuito), afirmou, em resposta ao Presidente da Câmara de Peniche, que o inquiriu sobre o sentimento deste organismo relativamente a Peniche e a esta etapa que se depender da ASP, esta etapa não sai de Peniche. Mais palavras para quê? Quer isto dizer, se a preocupação primeira de um Circuito Mundial, for, a possibilidade de os melhores surfistas do mundo competirem nas melhores ondas do mundo, em Portugal, terá sempre de ser em Peniche, deixem-se lá de Cascais, Carcavelos e Guinchos, que isso são só jogadas de “marketing”. Terminar apenas com as palavras de um surfista local, em conversa já no Molhe Leste, momentos depois de acabar o campeonato, “não tem importância nenhuma, mas que soube bem ouvir no palco agradecerem aos surfistas locais e ao PPSC – Peniche Surf Clube, lá isso soube”. Muito bem, acrescento eu. Assim, até para o ano, que as ondas de Peniche continuam por cá, com a mesma qualidade de sempre, com a qualidade que os melhores do mundo gostam de surfar e nós cá estaremos para os receber, como sempre temos feito. Escrito por: José Miguel Nunes Estavam a dar umas ondas engraçadas nos Supertubos, o “crowd” era de qualidade, ou não estivesse o Moche Pro Portugal em arranque. Dentro de água, andava o Sr. Joel Parkinson, um dos melhores surfistas do mundo e atual detentor do título. Numa atitude altamente reprovável, o Sr. Joel Parkinson “dropina” descaradamente um bodyboarder local. Quando é chamando à atenção para o facto, reage mal, dizendo que na terra dele os bodyboarders não têm voto na matéria. Leva uma chapadita, sai da água, e vai fazer queixinhas que tinha sido agredido. Estes foram os factos. A Stabmag, no artigo sobre o assunto, assume claramente uma posição, sem no entanto ser directa, em favor do campeão do mundo, dando a entender que por ser campeão do mundo tem mais direitos que os outros. Então é assim: - O Sr. Joel Parkinson dropinou, ponto. Primeiro, não devia ter dropinado, segundo, ouvia, e pedia desculpa pelo dropino. Era assim que um campeão do mundo como deve ser deveria ter reagido, pois não se pode esquecer que é profissional, ganha muito dinheiro para fazer surf, e a imagem que transmitiu é altamente negativa, sendo que é alguém com a responsabilidade de ser visto como um ídolo para muitos milhares de crianças pelo mundo inteiro; - Levou uma chapadita, e foi muito bem dada, pode ser que sirva de exemplo; - Com uma atitude de estrela e de menino mimado, habituado a que andem com ele ao colinho, ainda vai fazer queixinhas que tinha sido agredido. Reprovável. Poderia com essa atitude ter criado uma situação bem complicada e bastante embaraçosa na praia, tanto para a organização, como para os locais de Peniche. Toda esta situação poderia ter sido evitada, se o Sr. Joel Parkinson, campeão do mundo, não tivesse dropinado e desrespeitado um local de Peniche, como fez. Tão simples quanto isto. Não venham é agora desculpar o Sr. Joel Parkinson só porque ele é uma estrela. O Sr. Joel Parkinson errou e portou-se mal. Por AQUI, são várias as referências ao comportamento do Sr. Joel Parkinson dentro de água, relativamente ao modo como preza e impõe o seu estatuto de local onde vive, então, tem o Sr. Joel Parkinson que ter o comportamento inverso quando está na terra dos outros, onde não é local. O Sr. Joel Parkinson não é local de Peniche, logo, tem de respeitar os locais de Peniche, isto, se quiser ser respeitado, e neste caso, não respeitou. A minha opinião, … teve o que mereceu. |
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Novembro 2016
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