Escrito por: José Miguel Nunes É a segunda vez em pouco mais de uma semana que o “site” SURFTOTAL, discrimina o atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, Guilherme Fonseca. A SURFTOTAL, é uma referência no meio jornalístico do surf em Portugal, tem portanto responsabilidades acrescidas em tudo o que publica, e ultimamente tem cometido “gaffes” que não são desculpáveis, e não sei se é azar, mas o prejudicado tem sido sempre o atleta de Peniche, Guilherme Fonseca. Este tipo de erros é altamente prejudicial para com o atleta, pois é na imprensa especializada que o retorno é dado tanto ao próprio, como aos seus patrocinadores, treinadores, etc, etc… Erros, toda a gente comete, basta para isso fazer, só quem não faz, é que não erra, agora cometer repetidamente o mesmo erro, é que já não é desculpável. Não confundamos erro, com mau profissionalismo, e AQUI é um caso claro de mau profissionalismo, tendo a notícia mais do que uma “gaffe”. O “site” SURFTOTAL, por alguma razão começa a ser pouco confiável relativamente às informações que transmite, nomeadamente, aquelas que têm directamente a ver com os surfistas de Peniche. Se é esquecimento, revela falta de competência, se não é, para além de falta de competência, revela ainda falta de imparcialidade.
Tanto numa como noutra notícia, não foi nunca apresentado um pedido de desculpas publico pelo erro cometido, pois não chega eventualmente telefonar ao atleta a desculpar-se, não, têm o dever de o fazer publicamente no mesmo local onde cometeram o erro. É assim que deve ser, e não foi feito.
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A SURFTOTAL com atitude discriminatória relativamente ao jovem surfista de Peniche Guilherme Fonseca19/7/2013 ATUALIZAÇÃO: Foram apenas precisos 10 minutos para a rectificação ter sido feita. O nome do atleta de Peniche, GUILHERME FONSECA, já consta da referida notícia. Isto no entanto, não invalida nada do que escrevi em baixo, e acrescento agora, se foi esquecimento, demonstra apenas falta de profissionalismo. ____________________________________________________ Não é a primeira vez que demonstro o meu desagrado perante o teor de algumas notícias postas a publico pelo “site” de surf, SURFTOTAL, que considero discriminatórias relativamente ao surf e aos surfistas de Peniche. “Jácome e João continuam a precisar de votos para estarem presentes na final internacional do King of the Groms!”, é este o título da notícia saída hoje na SURFTOTAL. O “site” SURFTOTAL, continua a demonstrar má fé e total discriminação para com o surf e para com os surfistas de Peniche. Digo-o muito directamente para que não restem dúvidas, pois não é a primeira vez que acontece. Têm estado a votação os vídeos que apuram 15 finalistas para final internacional do King of the Groms (KOTG), como aqui fizemos referência. É completamente inadmissível que a SURFTOTAL, um dos “sites” de surf mais vistos, senão mesmo, o mais visto em Portugal, tenha o descaramento de publicar uma notícia de apelo ao voto, e fazê-lo unicamente para dois dos atletas e não para os três portugueses que se encontram a concurso. Qual a razão de o GUILHERME FONSECA, atleta do PPSC – Peniche Surf Clube, campeão nacional em título de Sub-16 e Sub-18, ficar de fora deste apelo. Não há explicação para esta discriminação, não há explicação para que o surf e os surfistas de Peniche continuem a ser discriminados e mal tratados desta maneira pela SURFTOTAL. ISTO É UMA VERGONHA...
Veio a público nos últimos dias, tanto na imprensa nacional como estrangeira, a possibilidade de construção de uma piscina de ondas em Peniche. Se nuns casos, os títulos das notícias são na mesma linha dos textos, noutros nem tanto, e aparecem títulos completamente desvirtuados da realidade, gerando impactos altamente mediáticos. Aliás, a própria notícia vinculada no “site” da Câmara Municipal de Peniche (CMP) tem esse propósito. Na notícia AQUI colocada a publico pela CMP no seu “site” oficial, em nenhum lugar está escrito que se vai construir uma piscina de ondas, o que está escrito é que a Câmara aprovou, e passo a citar, “…os termos de referência para a elaboração de Plano de Pormenor que visa acolher um Parque Temático, que terá uma piscina de ondas como projecto âncora”, é isto que está lá escrito, nada mais, ou seja, aprovou a elaboração do plano, só isso, nem sequer há ainda nenhum plano aprovado, só a elaboração do mesmo, sendo que, e volto a citar, “a área de intervenção localiza-se na região do tombolo que liga Peniche ao Baleal, confina a Norte com a EM 578 e a Sul tem como limite físico parcial o IP6 e incide sobre uma área de aproximadamente 280 hectares, nas freguesias de Atouguia da Baleia e Ferrel”, por outras palavras, a vulgarmente conhecida Quinta dos Salgados. Tudo o que se disser para além disto é pura especulação. Os 70 milhões de euros e a centena de postos de trabalho, referidos na mesma notícia, são claramente os itens que a permitem mediatizar e que entram pelos olhos dentro dos eleitores, servindo para desviar o foco do essencial, que na minha opinião, é tudo isto estar ainda no campo das hipóteses. Assim, a pergunta que fica no ar é: Porque razão se divulga algo que não passa de uma hipótese, acenando com milhões de investimento e dezenas de postos de trabalho, que podendo ser uma realidade, não podem no entanto neste momento “preto no branco” dizer-se que são reais. Não vi em lado nenhum naquela notícia o nome do investidor (diz AQUI que é Australiano), nem poderia ver, pois nada ainda está aprovado, exceptuando a luz verde para a elaboração do plano. E se este depois de concluído não é aprovado? E se é aprovado, mas com limitações que inviabilizem o interesse do investidor? Há ainda muita coisa que não está, nem pode estar, num estado tal de certeza, que permita lançar estas notícias, criando espectativas às pessoas que podem sair defraudadas. Isto é pura propaganda política. Vamos então tentar esquematizar. Temos a certeza de duas coisas: 1 - A aprovação da elaboração do plano de pormenor; 2 - Que a área de intervenção é a Quinta dos Salgados. Para além disto especula-se por AQUI, que além da piscina de ondas, o investidor pretende ainda construir um campo de golfe e um hotel de cinco estrelas. Não sei se esta última informação tem a ver com, e passo mais uma vez a citar a notícia da CMP, “Associadamente estão previstas instalações para a prática de diversas modalidades desportivas ao ar livre e unidades de alojamento que constituirão um parque turístico-desportivo desenvolvido no conceito de ecoturismo”. Tenho algumas dúvidas na ligação do golfe ao conceito de ecoturismo. Chegados a esta fase, o ponto de situação é o seguinte:
1 – O projeto não tem sustentabilidade e nem sequer sai do papel; 2 – O projeto tem sustentabilidade e interesse por parte do suposto investidor e avança. No primeiro caso, era a confirmação da teoria propagandística, e alguém sairá muito mal na fotografia se assim for. No segundo, partindo então do princípio que o projeto tem pernas para andar, só existe um de dois desfechos, ou a coisa corre bem, e toda a gente ganha rios de dinheiro, ou ao invés, a coisa corre mal, e o investidor perde o seu dinheiro, mas isso é um problema que é do investidor, e não me preocupa muito. O que me preocupa é, corrermos o risco de ficar com uma estrutura enorme votada ao abandono, a degradar-se, com um enorme impacto visual, que dificilmente alguém pegará novamente, tal é a sua dimensão, tendo por outro lado destruído um terreno sensível ao nível ambiental, que fica completamente inutilizado para outro fim que não seja o imobiliário. Isto tem que ser muito bem ponderado. Em cima da mesa têm de estar todos os cenários, e existir um plano de “backup” credível para o pior deles. Setenta milhões de euros não se rentabilizam em meia-dúzia de anos, isto são projetos a 15, 20 ou mais anos, e não é uma piscina de ondas que serve para rentabilizar um projeto destes, ainda que acreditando nos números generosos apresentados no “site” de uma das tecnologias apontadas AQUI como ideal para o efeito. Estou convicto que só a nível de especulação imobiliária isto poderá ser rentável. Espero que este investimento não extravase em termos de construção, para a frente de praia da nossa onda rainha, local bem apetecível por parte destes investidores, com os constrangimentos daí inerentes e que não fiquemos, agarrados a conceder autorizações de construção de tudo e mais alguma coisa para salvarmos o investimento numa piscina de ondas, que ao contrário do que vem na notícia da CMP não contribui para a redução da sazonalidade, vamos lá ser verdadeiros, o que contribui para a redução da sazonalidade, é o surf, não é a piscina. Muito sinceramente, apesar da dimensão, do local, do meio envolvente e do risco inerente, não posso dizer que me escandalize um empreendimento deste tipo em Peniche, pelo contrário, que não sendo essencial, poderá ser um bom complemento, reforço, complemento, à nossa oferta turística, baseada no surf. Ressalvo no entanto, que me reporto unicamente ao que está na notícia da CMP (e que é manifestamente pouco), onde não há qualquer referência específica, por exemplo, a campos de golfe, sendo o conceito baseado no ecoturismo (apesar do termo mais indicado possivelmente não ser este, percebo a ideia que pretende transmitir). Essencialmente é necessário ter bastante cuidado em termos das contrapartidas para com o investidor. Se assim for, venha de lá essa piscina de ondas, que eu já estou a ficar velhote, e começa-me a cansar ter de levar com elas em cima para chegar ao pico. Fui assistir no passado dia 26 de Junho, ao DN MAR 2013 – DESPORTO, uma iniciativa do Diário de Notícias, que promoveu um debate em torno do surf. Quanto ao teor das intervenções, fiquei um pouco baralhado, pois a determinada altura já não conseguia perceber se estávamos a ouvir um debate sobre a vertente turística do surf, ou se sobre a vertente desportiva do surf, é que são coisas diferentes e bastante distintas, com “targets” diferentes e políticas de investimento necessariamente diferentes. Tirando as intervenções da praxe do não há dinheiro por parte de uns, e o de tem de haver pela parte de outros, houve algo que ficou bem explicito, e que mereceu a concordância geral, a internacionalização é fundamental para potenciar o surf tanto na vertente desportiva como na vertente turística, mas isto é algo que já nós todos sabemos, não foi assim grande novidade, eu estava era à espera que dissessem como, e isso não aconteceu, aliás, o Sr. Secretário de Estado disse o seguinte: “a rede de CAR’s (Centros de Alto Rendimento) tem que ser optimizada dentro do quadro de apoio para a internacionalização”… fiquei na mesma… aliás eu por norma fico sempre na mesma quando algum político fala, mas isso deve ser um problema meu. Mas já que falamos em CAR, vamos lá então dizer as coisas de modo simples, que é normalmente aquilo que os “experts” não fazem, e se forem políticos pior, arranjam sempre maneira de explicar as coisas de forma tão complicada que ninguém percebe do que estão a falar, pelo menos comigo acontece. O problema dos CAR, e refiro-me especificamente ao de Peniche (aproveito para relembrar que fui e sou um acérrimo defensor desta estrutura em Peniche), é que se arranjou dinheiro nalgum quadro comunitário de apoio, e tomem lá para fazerem a casa, e fez-se, gastou-se cerca de um milhão e meio de euros, coisa pouca. E agora, a casa está feita e ninguém sabe como pôr aquilo a funcionar. E porquê? Simplesmente porque ninguém fez antes, um plano de gestão para ver como é que a coisa ia funcionar depois da obra feita, onde se estimassem despesas fixas e variáveis, planos de manutenção, quais as valências a implementar, os equipamentos necessários, os recursos humanos especializados e não especializados para as executar e potenciar, base de dados de potenciais utilizadores, preços de utilização, meios de promoção, etc, etc, etc. Nada disto foi feito, e o resultado é o “estaminé” estar inaugurado e fechado desde Outubro de 2012, tendo servido para um estágio, duas ou três reuniões e pouco mais nestes nove meses de existência. Este é que é o real problema. Para arranjarem um milhão e meio de euros para fazer a casa foram uns espertos, agora para arranjar maneira de pagar salários e colocar pessoas a trabalhar lá de modo a que o investimento possa ser rentável já é um problema, e não há dinheiro, e a crise assim e a “troika” assado. O problema é que a casa inaugura-se, mas os postos de trabalho não. Agora aí está mais um plano brilhante de internacionalização. Internacionalizar o quê? O CAR está fechado, não há nada para internacionalizar, dêem trabalho às pessoas e ponham aquilo a funcionar, sejam responsáveis por criação de trabalho efectivo, exijam responsabilidade e dêem responsabilidade a quem quer que vá para lá trabalhar, que a internacionalização vem por acréscimo e naturalmente. O CAR não é um Hostel nem um SurfCamp, e se continuarmos a pensar que o melhor que aquele espaço tem, são os beliches em quartos com fotografias de surf na parede para a malta dormir, então o resultado não será com toda a certeza positivo. O CAR tem potencial de rentabilidade, mas para isso tem que estar aberto e a funcionar, com as valências próprias de um centro de alto rendimento, porque fechado como está, só dá é despesa, e cada vez mais. O Sr. Presidente da Câmara disse a este respeito: “o município vai liderar sempre o processo do CAR”, concordo plenamente, e espero que assim seja, mas que o comece a fazer efectivamente e o mais rápido possível. O “enfant terrible” João Capucho, meteu mais uma vez o dedo na ferida, aliás como é seu apanágio em qualquer debate onde participa (João, qualquer dia deixas de ser convidado para estas coisas), e numa palavra resumiu o que falta no surf português (e não só): organização. A burocracia é enorme, existem uma série de instituições com poder de decisão sobre as várias áreas onde o surf se movimenta, que não estão minimamente coordenadas. É uma confusão de licenças e autorizações, que ninguém sabe muito bem onde começa e acaba a autoridade de cada um. Como sugeriu o João Capucho, um SIMPLEX para o surf é uma excelente ideia. Mas, não facilitemos, é urgente legislar especificamente em função do surf para que isto funcione, e não é com medidas isoladas de desburocratização que lá vamos, correndo o risco de com isso, baixar os níveis de qualidade que todos achamos que a oferta no surf tem de ter. Os “surfcamps” e “surfschools” a nascerem como cogumelos por todo o lado são um bom exemplo disto mesmo. O surf em Portugal está ainda muito longe da mais-valia que pode ser para o País, mas para que o seja, temos de evitar a todo o custo vender a “alma ao diabo”, e não cairmos nesta onda economicista de que vale tudo para ganhar dinheiro, e quanto mais depressa melhor. José Farinha apelidou Portugal de Califórnia da Europa, conceito correto na questão da qualidade e diversidade de ondas, bem como ao nível do clima. A questão da tradição de praias privadas, existente na Califórnia, que nós não temos (espero que nunca venhamos a ter), e neste sentido não posso entender o surf como um espectáculo privado, o João Capucho que me perdoe, mas aqui não posso concordar com ele, quando fala em cobrar bilhetes para ir à praia ver um campeonato de surf. No dia em que isso acontecer o surf perde grande parte do seu encanto, da sua vivência, e da sua diferença, o que potenciará o decréscimo motivacional para o consumo de produtos associados. Um miúdo, por exemplo, gosta de roupa “à surfista”, não só por ser bonita, pois também existem roupas bonitas noutros segmentos, ele gosta da roupa “à surfista” porque implicitamente esta está associada a conceitos como liberdade, rebeldia e irreverência, pois é isso que o surf na sua essência é, livre, rebelde e irreverente. A praia é a praia, onde todos nós, surfistas, nos misturamos sem qualquer tipo de barreiras, ali na praia somos todos só uma coisa, surfistas, livres, rebeldes, irreverentes, nada mais. O surf tem um “lifestyle” associado que tem que ser preservado, e se isso se perder, na minha opinião, perder-se-à tudo o resto. Falou-se de sustentabilidade neste debate, mas a sustentabilidade, para além da componente económica e ambiental tem ainda outro pilar, o social, e este é frequentemente esquecido pelos “experts” que definem o rumo a tomar nesta área, e mais, nesta componente social, as populações locais são um item fundamental. É importante medir os níveis de satisfação de todos os elementos desta trilogia, e não apenas o económico, para assim podermos de modo não massificado explorar este segmento, potenciando o seu desenvolvimento sustentável. No meu ponto de vista qualidade em detrimento de quantidade. Apenas duas notas para terminar, primeiro, considerei uma enorme deselegância, para não lhe chamar arrogância, o facto de não terem aberto uma janela de tempo à intervenção do público, segundo, foi pena não haver ninguém na mesa especialista em turismo, estávamos na Escola Superior de TURISMO e Tecnologia do Mar, não teria sido difícil. |
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Novembro 2016
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